Histórias Reais e Questões sobre Anafilaxia

Todas as histórias postadas são reais, contadas por pessoas que passaram por uma situação de anafilaxia, e seu conteúdo é de responsabilidade única e exclusiva das pessoas que enviaram seus relatos.

Assim, todo o conteúdo aqui postado, foi devidamente autorizado por escrito pelo responsável pela história

Equipe: ASBAI - Anafilaxia Brasil


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Data: 30/09/2020

História enviada por:   Elaine C. Silva   -   SP
Sim, eu tive um choque anafilático... 
Não tinha noção do perigo que estava correndo, nunca tinha ouvido falar sobre isso. Principalmente porque ocorreu enquanto estava fazendo uma tomografia computadorizada, assim que injetaram o CONTRASTE comecei a sentir um calor e formigamento, (achei que fosse normal), quando a enfermeira perguntou se estava tudo bem senti minha voz falhar e ali percebi que algo estava errado. Meu corpo todo estava inchando, com manchas vermelhas, minha garganta fechando me faltando ar, as vezes perdia a consciência, urinei, e evacuei; tudo ali na maca do exame. Não tinha controle sobre meu corpo. Chamaram o medico que me injetou adrenalina por 2 vezes, ele dizia que eu estava com o olhar perdido, não conseguiam medir minha pressão. Tudo isso com o meu marido e minha filha de 10 anos do lado de fora, desesperados. A ambulância chegou e assim conseguiram medir minha pressão (PA 8/5). Já estava com as extremidades arroxeadas (li depois no relatório médico). Fiquei 3 dias na UTI correndo o risco de tudo aquilo voltar. Não tinha noção de que a morte passou tão perto de mim.
 Quando voltei pra casa fiquei dias sentindo um calor enorme, como se algumas partes do meu corpo queimassem, tinha medo de comer e beber qualquer coisa (quem já passou por isso sabe do que estou falando). Tomar qualquer remédio era uma tortura, e ainda é, mesmo depois de 4 anos. Já fui em alguns alergistas e a única coisa que me diziam é que não poderia ocorrer novamente, que eu não aguentaria e morreria... assustador. 
Fico muito perdida sobre isso... eu já tinha feito esse exame com o contraste e nada aconteceu. Não sei se devo ter a caneta de adrenalina para emergências. Não como nada que venha do mar (já que um dos alergistas disse que era melhor evitar pelo fato do iodo).
Vocês podem me dar alguma dica?  

 Muito obrigada pelo espaço.
Elaine C. Silva

Cara Elaine
Obrigada por compartilhar sua história
Em primeiro lugar, temos que deixar claro que não existe relação entre alergia a contrastes radiológicos e frutos do mar. Isso é um equívoco. São coisas independentes e nem quem tem alergia a frutos do mar corre mais risco de ter alergia a contraste, nem vice-versa. E nem a iodo isoladamente.
A ASBAI tem um posicionamento publicado sobre alergia a contrastes que sugiro fortemente que você leia, imprima e apresente  toda vez que tiver que ser submetida novamente a esse tipo de exame: http://www.sbai.org.br/imagebank/2016-09-26-USO-DE-CONTRASTYE-IODADO_Sem-Papel-Carta.pdf

Grande abraço!

termo de autorização da asbai



Data: 27/04/2020

História enviada por:   Domitila Degli   -   RJ

A primeira vez que tive um choque anafilático foi há 6 anos, tinha 15 anos e aconteceu quando fui picada por uma formiga. Minha cabeça começou a coçar desesperadamente, minha boca inchou e apareceram calombos por todo o corpo que coçavam muito. Ao tentar me alimentar, não consegui engolir e minha amiga me levou para o hospital. Depois disso procurei uma alergista e fiz exames. Ela disse que minha alergia não era grave a ponto de tomar vacina. Agora 6 anos depois fui picada novamente e foi pior. Depois dos inchaços e coceiras começarem, tomei antialérgico, mas nada resolveu. Comecei a sentir falta de ar, perdi as forças das pernas e não conseguia falar. Sentia que estava desmaiando. Me levaram para o hospital que era há 40 minutos de onde estava, quando cheguei, me aplicaram fenergam e hidrocortisona. Desmaiei e me puseram no soro. Fui a outro alergista que me passou novos exames, me recomendou que tomasse dois remédios caso houvesse uma picada e  se evoluir para um choque anafilático, aplicar adrenalina com uma seringa daquelas de insulina. Acontece que eu não consigo comprar ampola de adrenalina em lugar algum. É desesperador saber que vc pode morrer por uma picada e existe a solução que é a caneta e o governo não permite que a tenhamos. É horrível perceber que sua vida e de outras pessoas com um problema tão grave não chama a atenção das autoridades...

 
 
Cara Domitila
 
Muito obrigada por dividir conosco suas angústias.
Vamos aproveitar sua história não para falar mais uma vez de anafilaxia a insetos (no caso, formiga), que já exploramos bastante.
Vamos falar da dificuldade que parece não ter fim em se tratar adequadamente uma pessoa com anafilaxia neste país.
Que horror pensar que você poderia ter falecido por falta de atendimento adequado. Primeiro: "fenergan e hidrocortisona" como você citou, não são medicações de primeira linha para pessoas que estão tendo anafilaxia. Essas medicações demoram 20-30 minutos para iniciar sua ação e esse tempo é longo demais para quem está com risco de morte por anafilaxia. Segundo, todo paciente que tem anafilaxia deveria ser orientado a ter adrenalina autoinjetável. Prescrever adrenalina em ampola é questionável, primeiro porque essa medicação não é vendida em farmácias comuns. Apenas hospitais e clínicas conseguem comprar. E depois porque a aplicação exige expertise. Pessoas leigas não conseguem preparar uma injeção e aplicá-la especialmente em situações de estresse. Ou seja, a adrenalina autoinjetável é fundamental. 
Continuamos na luta. Precisamos da adrenalina autoinjetável em nosso país.

termo de autorização da asbai



Data: 20/02/2020

História enviada por:   Fabiane Soares   -   PR

Na minha juventude,comecei a perceber que quando ficava muito nervosa,levava um susto muito grande,meu coração acelerava ,começava a tremer sem parar,como se tivesse tendo  convulsão e sentia muita falta de ar,sem ao menos conseguir falar,só saia chiados.No ano de 2014,na época do aniversário da cidade onde morava,estava havendo o desfile das escolas e quando minha amiga q é enfermeira me ligou dando a noticia que meu avô havia falecido,levei um choque, na hora travei ,comecei a tremer,sem conseguir respirar,com tonturas e não conseguia sair do lugar de tanta tremedeira.Os bombeiros,que estava passando para o desfile,queriam me colocar no carro e levar p hospital,mais minha prima não deixou,disse q logo ia passar.

No ano de 2017,quando estava fazendo um tratamento dentário,sentia que toda vez que eu tomava a anestesia,me sentia mal,coração acelerado,tonturas,como se estivesse viajando,só que achava normal,até então,logo passava.No ultimo dia do tratamento,após aplicar a anestesia,passado um tempinho,falei para o Dr.,não anestesiou nada,ta normal.E Ele me disse,estranho,era pra ter dado efeito,vou aplicar mais uma.Só foi o tempo dele aplicar a anestesia,comecei a tremer na cadeira,n conseguia respirar,minhas mãos estavam geladas e a pontas dos dedos toda roxa.Quando ele pegou no meu pulso,n sentia meus batimentos.Ele saiu apavorado e logo veio umas 3 enfermeiras,(pois era o dentista de um posto de Saúde)obs: por sinal,um ótimo dentista. Dali, já fui encaminhada p fazer eletro e um monte de exames .Passado um tempo,ele foi la ver como eu estava.Já estava bem melhor.Ele me falou,sempre que vc for ao dentista,avise que você não pode tomar anestesia com vaso, vc tem alergia a adrenalina. Hoje com 37 anos, o susto,uma noticia forte ou chocante,o nervosismo,se eu tomar somente 1 gata de berotec ou atrovent( pois tenho asma), me da os mesmos sintomas de antigamente ou as vezes pior. 

Resumindo,até hoje,não sei se realmente sou alérgica a adrenalina ou não!

Desde já agradeço a atenção!!

 

 

 

Olá, Fabiane!

Obrigada por seu contato.

Vamos conversar ( genericamente: essa orientação não tem a finalidade de substituir uma avaliação personalizada, ok?) sobre " alergia a adrenalina" .

As medicações podem ocasionar efeitos colaterais de diversas categorias. Há reações por excesso de dose, onde nem chamamos de reações adversas, mas sim de intoxicações. Por exemplo, se a pessoa tomar um benzodiazepínico (calmante) em dose excessiva, pode ter parada respiratória; há reações adversas que são previsíveis e dependem, até certo ponto, da sensibilidade do organismo. Por exemplo: há pessoas que mesmo utilizando doses terapêuticas de aspirina, podem ter gastrite, pois apresentam sensibilidade muito grande a essa medicação que tem como efeito colateral ser irritante gástrica; há outras reações que são incomuns e imprevisíveis, como , por exemplo, efeito extrapiramidal (é uma alteração neurológica onde a pessoa não consegue parar, pode ter até quadro semelhante a convulsão) quando usa certos anti-eméticos ( medicações para vômito). 

E tem as reações verdadeiramente alérgicas, ou seja, as que envolvem alterações do sistema imunológico. Dentre essas, há algumas que são desencadeada por anticorpos da classe IgE ( e essas são as únicas para as quais existe teste alérgico e/ou exame de sangue para comprovação diagnóstica) e outras que são desencadeadas por outras células ou substâncias do sistema imune. Exemplos de reações alérgicas a medicamentos que são mediadas pela IgE: anafilaxia a penicilina; exemplo que reação alérgica que não é mediada pela IgE : exantema ("grosseiro") causado por amoxilina.

 

Apesar de as pessoas acharem que tudo que acontece de errado quando se toma certo medicamento é alergia, para nós alergistas é muito importante saber o MECANISMO através do qual certa medicação fez mal para essa ou aquela pessoa. Por isso é muito importante a história clínica e o conhecimento para se saber se já se conhece na literatura médica qual é esse mecanismo em certos fármacos. Isso define se indicaremos ou não testes. Muitas vezes, apenas o teste de provovação pode dar o diagnóstico, entretanto, em alguns casos é tão perigoso fazer esse teste que assume-se que a pessoa teve alergia por essa medicação e ponto final. Exemplo: quando alguém sobrevive a síndrome de Steven-Jhonson - que é extremamente grave - o alergista irá orientar o afastamento da droga usando a história clínica apenas. Jamais pode-se testar a medicação suspeita, dada à gravidade da reação.

 

No caso de adrenalina, a verdadeira alergia é praticamente impossível, pois é uma molécula presente em nosso organismo e vital para ele. O que geralmente ocorre são efeitos colaterais relacionados principalmente à dose: taquicardia, palidez, tremores. Em casos de doses excessivas e tóxicas, a adrenalina pode até ocasionar parada cardíaca, arritmias, hemorragia cerebral, etc...Mas isso não é alergia. São efeitos colaterais dependentes da dose. Isso contra-indica o uso? NÃO! Se a pessoa passar por uma anafilaxia terá que necessariamente usar adrenalina. E aí a importante que ninguém seja rotulado como "alérgico" a essa droga, uma vez que quando ela for necessária, deve ser usada. Não vá alguém deixar de fazer adrenalina em caso de anafilaxia porque a pessoa tem esse "diagnóstico".

 

Cadeira de dentista já é estressante. Adrenalina já dá tremor. Ou seja, muita gente que é mais sensível do ponto de vista emocional pode de fato passar mal, mas isso não significa alergia a esse fármaco que continua sendo a medicação mais importante em caso de anafilaxia para qualquer pessoa, sem exceção.

 


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Data: 07/01/2020

História enviada por:   Elaine Freitas   -   SP

Vamos lá...Me chamo Elaine e tenho 35 anos; A mais ou menos uns 5 anos , estava em minha casa em um final de tarde , fui picada por um borrachudo , não sabia então que era alé

alérgica comecei sentir meu rosto e meu corpo esquentando , muita dor de cabeça , falta de ar , e queda da pressão arterial , cheguei no pronto socorro desmaiada.Meu atendimento foi um pouco demorado pois ninguém sabia que tinha sido picada , enfim tive choque anafilático.

Procurei um alergologista onde realizei vários exames onde consta que os mesmo deram negativos.

24/01/2013

ige pernilongo =1.47

ige abelha =0.16

ige formiga =2.33

A medica me receitou anti alérgico e uso de repelentes.

Passado um ano fui picada novamente por borrachudo , com os mesmo sintomas a acima mas,

 com um atendimento mais rápido , sem o choque anafilático grave que tive anteriormente.

Nesse intervalo entre 2014 para 2018 fui picada novamente por borrachudo , e não tive nenhum sintoma de alergia ou choque anafilático.

Recentemente dia 15/09/2018 fui picada por uma formiga , onde passei muito mal novamente com os mesmo sintomas citados acima quase morri.

Novamente procurei um outro alergologista onde repeti todos os exames novamente.

20/09/2018

Pernilongo = 0.30

Abelha = 0.11

Formiga = 0.54

Os mesmo deram negativos novamente , o medico me receitou anti alérgicos e me orientou sobre o uso Epipen , e disse que não tem o que fazer ,

Agora a minha duvida , porque que sou picada e passo mal e meus exames mostram negativos , fico sem um tratamento decorrente aos resultados.

Por que já fui picada por borrachudo e formiga e não passei mal ?

Estou muito nervosa pois não sei o que esta acontecendo comigo , tenho medo ate de sair da minha própia casa , medo de ser picada novamente e não consegui sair da crise , Tenho 2 filhos e não gostaria de viver com essa sensação de que a qualquer hora posso ir embora.

Gostaria muito que se pudessem me ajudassem para que caminho eu posso seguir.

Desde já muito obrigada!!!

 

Cara Elaine

Grata por seu contato

Como sempre, explicamos que não fazemos consultas virtuais. Usamos os casos aqui relatados para informações genéricas baseadas no caso.

Então, vamos comentar algumas coisas, especialmente importantes nessa época do ano onde o verão propicia muitos problemas com insetos.

Há insetos que causam mais anafilaxia que outros. Os insetos que ferroam injetam veneno que é uma mistura proteica muito alergênica e pode desencadear anafilaxia, com os sintomas que você descreveu (queda de PA, tontura, desmaio, etc.).  Abelha, vespas e formigas são exemplos de tais insetos.

Outros há que são sugadores: picam a pele, sua saliva e geralmente também suas fezes causam no local irritação que pode ser mais ou menos intensa. Tais lesões são chamadas de "prurigo" ou "estrófulo" e causam muito desconforto local: pápulas (bolinhas) avermelhadas, que coçam muito, às vezes, de tanto a pessoa coçar ocasiona infecção e essa infecção em alguns casos pode se estender ao tecido subcutâneo causando até erisipela. Algumas pessoas que têm esse problema de forma recorrente ficam com cicatrizes o que ocasiona um problema estético . Portanto, este tipo de alergia não é algo super simples, pode atrapalhar muito a vida da pessoa, mas não é anafilaxia e - a não ser que cause uma infecção muito grave, o que é raro - não costuma colocar em risco a vida do paciente. Os insetos que mais causam isso são os pernilongos, pulgas e borrachudos. 

Entretanto, há casos descritos na literatura médica de insetos que normalmente causam apenas prurigo, terem causado reações anafiláticas. Parece ser seu caso. Como também há grandes reações inflamatórias locais por formiga e até por abelha e vespa e que não são anafilaxia.

Uma dúvida comum é se por ter reação local tipo prurigo, há mais chance de se ter anafilaxia. Não. Uma coisa não tem nada a ver com outra...

O diagnóstico  dessas alergias é clínico, ou seja, precisamos ouvir a história do(a) paciente  e como as lesões evoluiram. Se foi uma reação anafilática por inseto, precisamos fazer testes alérgicos para ver se há indicação de imunoterapia e sempre precisa prescrever adrenalina autoinjetável; se a história e exame físico sugerem prurigo, o tratamento é local, com corticoide e antibiótico se for o caso, além de medicamentos para controlar a coceira. Evitar as picadas com métodos de barreira (telas, véus) e repelentes também é importante.

 

Com relação ao tratamento imunoterápico, no caso de anafilaxia por insetos, a imunoterapia será sempre subcutânea e é fundamental a identificação exata do veneno, uma vez que o tratamento deve ser feito exatamente com o veneno que causou o problema. Por isso que em muitos casos não há o que fazer, além da prevenção e adrenalina autoinjetável. Não existe veneno comercialmente disponível para todos os tipos de vespas, formigas  e muito menos para borrachudos...

No caso do prurigo, dependendo da extensão e gravidade do problema, pode-se tentar imunoterapia e aqui é possível a sublingual.

Uma palavra sobre os exames: eles apenas ajudam no raciocínio clínico. Não há correlação segura entre o resultado das IgEs específicas e gravidade da reação por insetos. Ou seja, existem pacientes que apresentam reações leves com IgEs altas e vice-versa. Como sempre, na Medicina, a clínica é fundamental.


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Data: 12/11/2019

História enviada por:   Juliana   -   PR

Olá, dia 28/03/18 ( domingo de Páscoa), a noite dei banho ao meu filho ( na época com 1 ano e 11 meses) , ele brincou  mais uma hora +/- e  fomos deitar, ele dormiu e 1/2 hora depois começou a se coçar e se mexer muito.  Quando percebi que ele estava com o corpo inteiro com urticárias e placas avermelhadas no rosto, em segundos o olho e a boca incharam muito e ele ficou desfigurado, chorava muito. Corri pro P.A e ele já estava falando enrolado e com dificuldade para respirar. Fomos atendidos, deram adrenalina e corticóides e ficamos uma hora em observação. No outro dia, quando sumiram as urticárias, notei que na testa, nos 2 braços e nos tornozelos haviam picadas ( 5 no total).

Procurei um alergista, fizemos exames de sangue de todo tipo de comida e veneno de insetos, o IgE total deu alterado, porém os específicos deram todos normais.  Na casa da minha mãe, por ser de madeira, existe cupins ( segundo a médica não existe um exame específico para cupim) e eu tenho a impressão que foi isso, porém fica a dúvida por não conseguir comprovar. Após esse episódio, ele foi picado por pernilongo, insetos indefinidos e por formiga e só teve reação local. ( Porém dei o antialérgico mesmo assim e observei) . As coisas que ele comeu nos últimos dias antes do episódio, ele comeu após e não houve reação alguma. 
Isso me preocupa, pois não sei qual a causa com certeza. A médica ainda não quis fazer testes cutâneos por medo de uma reação séria. 
Existe alguma outra causa para um quadro assim que não seja a alergia? 
 
Obrigada, Juliana.
 
 
Cara Juliana
 
Obrigada por seu contato.
De fato, a anafilaxia é muito preocupante e especialmente quando não se tem certeza da causa é algo que compromete sobremaneira a qualidade de vida pois fica sempre a preocupação se aquilo vai ou não acontecer novamente. Não há dúvida que você (seu filho, na verdade) tem indicação de portar adrenalina autoinjetável e provavelmente a médica deve ter prescrito.
Vamos aproveitar aqui para falarmos mais um pouco sobre anafilaxia a formigas, lembrando que aqui não fazemos consultas online, apenas aproveitamos o espaço para discutirmos de forma genérica.
As formigas são causas comuns entre anafilaxia causada por veneno de inseto, especialmente as chamadas "formigas do fogo" ou formiga lavapés (Solenopsis). Entretanto, outros gêneros de formigas e mesmo outros insetos rasteiros podem causar reações alérgicas graves. 
Como o veneno de formiga tem alguns componentes comuns especialmente a venenos de vespa, não é raro, quando se faz o exame de sangue e mesmo o teste alérgico, que alguém que tenha tido reação alérgica a vespa, por exemplo, também tenha o teste/exame positivo a formiga e vice-versa. Entretanto, isso não significa que a pessoa vá ter necessariamente reação a ambos os insetos. Por isso, é tão importante a história e o contexto onde ocorreu a reação.
O teste cutâneo é fundamental quando se opta pela imunoterapia. Além de fazer o diagnóstico de forma mais precisa, o teste fornece uma ideia do grau de sensibilidade para saber-se em que ponto de diluição do veneno a imunoterapia deve ser iniciada. Certamente, o teste tem seus riscos e deve ser  feito em clínica nível III (onde há recursos suficientes para tratar pacientes com reações anafiláticas). Apesar desse risco, acreditamos que o risco de a criança se expor futuramente e ter outra reação é ainda maior, portanto, na maioria dos casos vale a pena fazer o exame e a imunoterapia específica que tem uma resolutividade alta, representando uma forma bastante eficaz de se tratar anafilaxia por veneno de insetos. Infelizmente, há poucos venenos disponíveis para esse tratamento, apenas veneno de abelha ( Apis melifera), Vespa Polistes e formiga Solenopsis, de forma que se a reação ocorreu por outro gênero de inseto, muitas vezes o teste dá negativo e a única opção é ter a adrenalina autoinjetável para exposições futuras.
Qual o risco de nova reação?
De acordo com a Dra. Alexandra Sayuri (*), uma das maiors especialistas em anafilaxia por inseto, o risco varia de acordo com a idade e o tempo decorrido. Crianças podem ter até 40?chance de recidiva de nova reação nos primeiros 10 anos da reação anafilática inicial. Ou seja, um risco considerável, que fica ainda maior se a familia mora em áreas rurais ou próximas a parques, terrenos baldios, etc.
Outra consideração a ser feita é que todo paciente com anafilaxia a insetos merece ser pesquisado quanto a presença de mastocitose. Essa doença aumenta em muito o risco de reações anafiláticas especialmente a insetos.
 
 

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Data: 23/07/2019

História enviada por:   Juliana Bastos    -   SP

Há quase 2 anos tive uma anafilaxia cruzada por paracetamol. 

Comecei com uma febrinha numa segunda-feira. Nunca gostei muito de anti-termicos e por conta de já ter tido uma reação alérgica com anti-inflamatório, que tinha sido apenas placas na pele, o alergista à época me indicou não tomar mais dipirona e sim paracetamol, mas como estava trabalhando tomei 1 paracetamol de 500mg à noite, terça nem cheguei a ir trabalhar pois acordei com febre e tomei outro medicamento é mais um à noite.
Quando acordei quarta-feira pela manhã, percebi que tinha um inchaço em um dedo e no cotovelo, mas não dei muita atenção. Quando, de repente, senti um mal estar muito grande, uma vontade de ir ao banheiro intensa, só tive tempo de gritar pela minha mãe e apaguei. Acordei com a minha mãe me chamando, pedindo para ficar com a boca aberta e língua para fora, pois estava cerrada e no telefone com o resgate. Não enxergava nada e estava muito assustada.
Fui ao pronto socorro e relatei tudo isso, mas fizeram exames neurológicos e de sangue e me dispensaram. Quando do fim da tarde, meu corpo estava cheio de manchas e placas avermelhadas e retornei ao pronto socorro que me medicou apenas com corticoide. Consegui marcar 2 dias depois uma Alergista, que me prescreveu juntamente com o corticoide um antialérgico, que foi o que fez minha pele limpar de vez. Realizei diversos exames e nenhum deu alteração.
Procurei diversos profissionais que não sabiam me explicar o que causou a alergia e comecei a ficar desperada com tudo e com muito medo de acontecer de novo. Foi quando um médico conseguiu me explicar que se tratou d uma reação cruzada, na qual o meu fígado estava já intoxicado com uma virose e ao ingerir alguns doses de paracetamol, ainda que espaçadas,  causou a alergia.
Infelizmente nunca tive de coragem de fazer o teste de provocação e para me dar maior segurança passei a andar com caneta de adrenalina, pois fiquei com muito de medo de acontecer novamente e não ter tempo de socorrer.
 
 
Cara Juliana
Obrigada por dividir conosco seu caso.
Como sempre, vamos fazer uma análise geral, pois as particularidades devem ser conversadas em consulta com o seu alergista.
Gostaríamos defocar vários pontos importantes nesse caso:
Antiinflamatórios não esteroidais (AINE)  é grupo de medicamentos composto por centenas, talvez milhares de marcas, que são usados como analgésicos e ou antiinflamatórios. Muitas medicações no mercado apresentam esse tipo de droga em sua composição, quais sejam: ácido acetil salicílico, dipirona, diclofenaco, ibuprofeno, etc. São os principais causadores de reações alérgicas a medicação aqui no Brasil e em vários países. O que essas medicações têm em comum? Podem inibir uma via metabólica em nivel celular e nesse caso a pessoa poderá ter reação que varia desde angioedema isolado até anafilaxia, passando por quadros de urticária de diversos graus. Nesse caso, essa inibição é menor com o paracetamol e, por isso, geralmente quando as pessoas apresentam reação por dipirona, e/ou diclofenaco, etc., o médico prescreve paracetamol. Entretanto, este faz parte do grupo e mesmo sendo um inibidor mais fraco dessa via celular, pode também ocasionar alergia, especialmente se usado em doses altas ou com frequência elevada. Por isso, sempre que a pessoa tem reação grave por uma droga desse grupo, recomenda-se realizar o teste com o paracetamol para ter certeza que ele é seguro. 
É possível ter alergia apenas por uma droga do grupo e não pelas outras? Sim, é possível. Porque nem sempre o mecanismo por traz da reação é o mesmo. Mas o mais comum é que quando tenha reação por uma tenha por todas.
E a questão da virose? Não apenas virose, mas muitas outras condições funcionam como co-fatores para anafilaxia. Ou seja, predispõem o organismo a reações. Então, por exemplo, pode ocorrer que se a pessoa tem apenas uma dor e usa o AINE não tenha nada. Mas se além de dor tem febre, a alergia aparece. Outros co-fatores são: álcool, exercício físico intenso, período pré-menstrual, viagem aérea, infecções, etc. Por isso, às vezes acontece de no teste de provocação a pessoa não desencadear a reação e futuramente apresentá-la, numa situação mais real. 
Mas por isso o teste seria dispensável? Não! Em mãos hábeis e num ambiente adequado, o teste de provocação é um instrumento utilíssimo para se indicar ou descartar o uso de medicações. É o único teste adequado para esse tipo de alergia e com exceção de alguns outros medicamentos (penicilinas, alguns anestésicos), não há outro tipo de teste a ser feito clinicamente para se diagnosticar alergia a droga. Mesmo com suas limitações, o teste ajuda muito, pois simplesmente nunca mais usar o medicamento em questão, reduz bastante a qualidade de vida e pode fazer com que alguém deixe de usar uma medicação que lhe faria bem.
Cada caso é um caso e precisa ser avaliada a relação custo/benefício, mas de forma geral, nós alergistas sempre optamos por fazer testes que elucidem corretamente o caso.
 
Boa sorte!
Abraço!!!

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Data: 03/07/2019

História enviada por:   Patricia Teixeira   -   GO

Tive a primeira crise de anafilaxia durante uma caminha de 18 km em 2007, tinha 26 anos. No meio do caminho comi um pedaço de pão e continuei a caminhada. Após uns 30 min comecei a tossir, meus olhos começaram a arder, coçar e lacrimejar, peito começou a chiar, minhas mãos e pés pinicavam demais, continuei andando normalmente. Quando cheguei no destino minha amiga me olhou e disse que eu estava toda inchada e realmente, olhos, boca, rosto todo inchado. A partir daí comecei a ter vários episódios repetidos, até que percebi q os episódios eram piores quando eu fazia exercício. Um dia cronometrei e eles começavam exatamente após 30 min de exercício físico. Fui no alergista e descobri que tenho anafilaxia induzida por exercício com dependência alimentar. O alimento principal era o trigo. Além dos episódios de anafilaxia comecei a desenvolver uma série de alergias, acabei ficando alérgica a 18 tipos de alimentos. Quando estava grávida tive crises anafiláticas quando fazia exercício na água (hidroginástica) mesmo sem comer nada. Uns 8 anos depois as crises ficaram mais espaçadas e voltei a comer todos os alimentos que tinha ficado alérgica. Sempre ando com caneta de adrenalina e medicamentos para uma possível crise que pode surgir a qualquer momento, porque mesmo espaçadas elas ainda acontecem.

 

Cara Patricia

Obrigada por dividir conosco seu caso.

Vamos aproveitar para falar de anafilaxia induzida por exercícios. Esta é de fato uma situação grave que pode resultar em reações fatais. E pode ocorrer apenas com o exercício em si, mas o mais comum é que este seja apenas um co-fator de uma alergia subclínica geralmente alimentar. Ou seja, a pessoa tem alergia a trigo (alimento mais comum descrito com esse tipo de anafilaxia) ou a outro alimento e no seu dia-a-dia come tais coisas sem problemas. Mas se após comer realiza atividades físicas, isso pode desencadear anafilaxia. Antiinflamatórios, bebidas alcoólicas e outras situações (gravidez, menstruação, etc) também podem, juntamente com o exercício, desencadear reações anafiláticas. O tratamento é evitar tais desencadeantes pelo menos umas 2 horas antes e pelo menos 30-40 minutos após exercícios; jamais praticar atividades físicas sozinho(a) e ter sempre consigo a adrenalina autoinjetável. Há uma medicação imunobiológica chamada omalizumabe que tem sido usada em casos mais graves, onde a pessoa fica muito sensível ao exercício e isso começa a interferir demais em sua qualidade de vida. Outras medicações como montelucaste e anti-histamínicos também podem ser uma opção, dependendo do caso, mas costumam ter menos resultado.

Se você é portador de anafilaxia induzida pelo exercício, precisa fazer como a Patrícia: procurar um alergista eportar adrenalina autoinjetável cada vez que for à sua prática esportiva.


termo de autorização da asbai



Data: 25/06/2019

História enviada por:   Karla Camargos   -   GO

A primeira reação anafilática da Joana foi aos 6 meses quando deram para ela uma migalha de biscoito de queijo às escondidas. A pessoa que deu, disse que ela sequer engoliu. Ela imediatamente empolou todo o corpo, começou a tossir muito, ficou sonolenta, e com o corpo pálido, foi desesperador. Estava roxa quando chegou no hospital, recebeu injeções e oxigenação. Após este episódio, foi comprovada alergia a alergia à caseína e a uma das proteínas do soro do leite, além de amendoim. 
Quando tinha 1 ano, comeu uma castanha de coco, e novamente, outra reação: o olho esquerdo inchou imediatamente, e começou a empolar o corpo todo. Foi novamente para o hospital, recebeu injeções, ficou em observação e voltou para casa com mais um diagnóstico: alergia a coco. 

Como é muito sensível, um dia pegou no lixo uma embalagem de chocolate e colocou na boca para provar, resultado, novamente urticária pelo corpo inteiro, inchaço na face. Foi para o pronto socorro, recebeu injeções e ficou em observação. 
Após este episódio, comeu um dia, já maior, uma colher de danone por pedido médico. A alergista que a acompanhava havia dito que ela estava melhorando e era para testar com um pouco de danone . Foi a reação mais grave de todas, inchou até os pés, não conseguia falar e respirar. Novamente, injeção e observação até a alta. Neste dia me orientaram a procurar outro alergista, pois este não é o procedimento para paciente com risco de anafilaxia. Foi a partir de então, que decidi optar por médicos particulares.
Depois disto, nos foi orientado portar a adrenalina autoinjetável. Compramos, e melhorou muito a nossa qualidade de vida. Ela teve outras reações de escape (em uma festa por exemplo que tinha queijo e amendoim - não nos foi avisado que teria - ela reagiu gravemente por cheiro. Mal chegamos na festa e em questão de poucos minutos ela começou a espirrar e surgiram urticárias pelo corpo inteiro, aplicamos a adrenalina e corremos para o hospital. Já chegou lá bem). Esta é a diferença que a adrenalina faz: ela bloqueia imediatamente a reação, evita evoluir e não nos deixa tão assustados mais com medo dela vir a óbito. Sentimos mais seguros, ela chega com um quadro clínico bom no pronto socorro. Agora me pergunto: e quem não pode pagar pela adrenalina? 
É um caso de sensibilidade muita alta e alergias múltiplas. Um dia muito triste também foi na páscoa, em que comeu doces feitos especialmente pela avó e teve uma reação anafilática após brincar no colchão do quarto do tio, assim como também, num dia que estava na casa da outra avó brincando no quarto da tia e saiu com os olhos todos vermelhos e inchados e logo a urticária saiu pelo corpo todo. Nos dois casos também foi feito adrenalina e ela saiu com uma hipótese diagnóstica: alergia a ácaro que causa anafilaxia.
É uma situação difícil porque nem todos entendem a gravidade e julgam os escapes ou reações por novos alergênicos, além de não entenderem a importância de evitar derivados, risco de contaminação cruzada, traços, etc. 
Um dia, ouvi um depoimento de que antigamente as festas de aniversário eram melhores, porque não tinha a frescura de alimentos sem glúten, sem isto, sem aquilo. Todas as minhas festas são sem leite, sem amendoim e sem coco para que Joana possa aproveitar bem sem ter que passar por algum desastre. Hoje, ela tem 4 anos e diz que seu sonho é poder comer na mesma mesa que os amigos e poder comer do mesmo bolo do aniversariante quando tem festa. Reclama que fica isolada dos amigos (ela reage ao toque e por isto precisa ficar de forma segura durante os eventos da escola). Ela lancha isolada dos colegas todos os dias, come somente com a professora no pátio externo da escola. Nunca comeu em restaurante. Não sabe o que é chegar em uma padaria e escolher qualquer coisa para comer. Me pergunta se vai morrer quando tem reação e me pede para ajudá-la a respirar. Então, creio que é um depoimento que pode mudar a opinião de que alergia é frescura e também conscientizar sobre a importância da adrenalina para uma pessoa alérgica.
Ela iniciará a dessensibilização para leite de vaca daqui alguns meses. Estamos na torcida para melhorar muito! Esta é outra dificuldade para quem não possui recursos: a dessensibilização é um procedimento caro e sem cobertura em plano de saúde e rede pública.

Eu pude sentir na pele o que a minha filha sente, quando fui para um retiro em uma chácara e comi um salgado de camarão sem ver (sou alérgica a camarão), senti que poderia morrer a qualquer momento, não tinha adrenalina por perto, por sorte, tive um socorro rápido e meu quadro não evoluiu (além do inchaço no lábio, garganta com sensação de arranhar e dificuldade para deglutir e respirar). Então espero poder colaborar com este depoimento, para que cheguem a muitos a gravidade de uma alergia alimentar.
 
 
Caríssima Karla
 
Lemos seu depoimento como médicos e como pais que somos. É muito comovedor perceber o quanto a anafilaxia pode comprometer a qualidade de vida de uma familia e colocar em risco real no dia-a-dia uma criança que passa a carregar consigo um medo constante e uma frustração diária. Que pena que há tantas crianças como a Joana e muitas sem condições de contar com adrenalina autoinjetável e com possibilidade de dessensibilização. Infelizmente não podem contar nem mesmo com especialistas de qualidade, pois orientar a familia a experimentar uma colheradinha de iogurte para ver se vai ter reação é muito arriscado.
Vamos aproveitar seu caso para discutir como se faz o diagnóstico de alergia alimentar e seu acompanhamento. lembrando que usamos um caso como exemplo para abordarmos um aspecto, o que não significa que o que escrevemos deva ser uma conduta para o caso em questão. A consulta individualizada é sempre necessária.
No diagnóstico de alergia, a história clínica é fundamental, ou seja, os sintomas que uma pessoa com suspeita de alergia apresentou durante a reação. Isso é o ponto de partida. Não se faz diagnóstico de alergia alimentar apenas por exames. Repetimos: NÃO SE FAZ DIAGNÓSTICO DE ALERGIA ALIMENTAR APENAS POR EXAMES. Jamais se deve pedir IgE para um alimento sem que haja uma suspeita clínica de alergia a ele, ou seja, sem que o(a) paciente já tenha apresentado reação por esse alimento, compatível com anafilaxia. 
Então, a partir da primeira crise, solicita-se o exame (IgE, através de ImmunoCap). A IgE é o anticorpo através do qual ocorrem as reações anafiláticas a alimentos. O organismo sensibilizado produz essa IgE específica contra a proteína do alimento e  quando essa IgE se encontrar com tal proteína - em pessoas predispostas -  há um estímulo para liberação de substâncias altamente deletérias para o corpo. Tais substâncias são chamadas de "mediadores da inflamação" e são elas que fazem a pressão cair, o brônquio ficar estreitado (broncoespasmo), a pele reagir com manchas e inchaço e todos os sintomas terríveis da anafilaxia. Há algumas células que guardam esses mediadores para serem usados numa situação de defesa (essas células são os mastócitos e os basófilos). É como um grande arsenal bélico que deveria ser utilizado apenas em situações especiais, mas por um erro do organismo, isso é detonado ao contato de coisas que não são inimigas...
Essa reação não é igual para todos. Pessoas mais sensibilizadas podem reagir com quantidades mínimas, até mesmo com quantias ínfimas como as que são inaladas; outras pessoas, podem ter sintomas não tão graves. Isso é individual, depende de cada organismo. Mas é muito importante que se saiba que nem todas as crises são iguais. Então, Karla, o fato de você ter tido uma crise não tão violenta com o camarão, não quer dizer que da próxima vez você terá igual sorte! Você também deve portar adrenalina autoinjetável!
A pesquisa de IgE pode ser assim, através de ImmunoCap (exame laboratorial) ou pode ser através de teste cutâneo. O teste é até mais fidedigno que o exame laboratorial, mas expõe mais o paciente, ou seja, em pessoas extremamente sensíveis o próprio teste pode desencadear anafilaxia. 
Então vejamos: se a história é muito compatível com alergia alimentar e a IgE é positiva, está feito o diagnóstico. Neste caso, frequentemente não se faz provocação. Mas nem sempre é assim. Algumas vezes a história não é tão consistente como a da Joana e há que se considerar também os valores de IgE. Existem certos níveis de corte acima dos quais a chance de anafilaxia é muito grande, entretanto, quando a IgE não é tão alta assim e/ou quando a história não é muito sugestiva, o alergista pode optar por fazer um teste de provovação. Isso nunca deve ser feito em casa, especialmente se o risco de reação for considerável. O teste sempre deve ser feito em ambiente onde haja condições de tratar a crise de anafilaxia se ela ocorrer, ou seja, há que se ter adrenalina, oxigênio, etc. Frequentemente é realizado em hospital ou clínica com recursos de nível III de acordo com o CRM.
O teste de provocação pode ainda ser utilizado para o acompanhamento de crianças com alergia alimentar. Frequentemente, vamos checando os níveis de IgE e quando existe uma queda considerável após alguns anos e - considerando que em muitas crianças a alergia vai diminuindo com o passar do tempo - podemos tentar ( sempre com os cuidados acima) ver o grau de tolerância. Muitas vezes começamos com o alimento "baked" (do inglês: assado) quando oferecemos um preparado do alimento causador da alergia junto com outros que funcionam como uma matriz, dificultando a exposição do alérgeno ao organismo. E depois vamos aumentando a quantidade até fazer o diagnóstico do quanto esta criança ainda é alérgica. Ou seja, a criança alérgica precisa ser acompanhada por vários anos.
Boa sorte com a dessensibilização da Joana!
Estamos todos torcendo por ela!
Abraços! 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Data: 28/05/2019

História enviada por:   Karla Gaytan    -   AC

Cara Karla

Obrigada por compartilhar conosco sua história (vide abaixo). Parabénspor ter criado uma página no México para aumentar a consciência sobre essa doença que pode ser fatal.

Aqui no Brasil - bem como no mundo, de forma geral - a anafilaxia é subestimada. Existem vários trabalhos epidemiológicos realizados em diversas partes do globo que já alertaram para a questão que em diversos locais as faculdades de Medicina não dão a devida atenção a essa doença  - que, aliás, está aumentando - e consequentemente nem todos os médicos saem com formação adequada. A começar pelo nome desta patologia. "Alergia grave", "reação alérgica", "choque anafilático", "urticária gigante", "edema de Quinke", "edema de glote", etc, tudo isso passa a ser sinônimo e confunde até mesmo os estatísticos que precisam procurar nos códigos das doenças diversas denominações para designar a mesma coisa. Tudo isso quer dizer: ANAFILAXIA. A doença chama-se assim! E isso será em breve resolvido quando tivermos a atualização do CID (Código Internacional de Doenças) que está para ser lançada. Veja que atualmente nem mesmo no CID se acha a palavra anafilaxia!

Então, vamos dar nomes corretos (vamos dar nomes aos bois como falamos aqui no Brasil): Anafilaxia é uma reação grave e potencialmente fatal causada por mecanismo de hipersensibilidade, ou seja, uma reação com liberação de substâncias chamadas de mediadores celulares que em pessoas predispostas são liberados quando há o contato de alérgenos com o organismo da pessoa predisposta.  Tais alérgenos são proteínas que normalmente não causam absolutamente nada em pessoas normais, mas que em indivíduos sensibilizados podem agir como verdadeiros gatilhos para essas reações graves. Os alérgenos mais conhecidos são os alimentares, as medicações, o látex, os insetos e outros. Além dos alérgenos, a anafilaxia pode ser desencadeada - em possoas hipersensíveis - por estímulos diretos sobre as células que liberam aquelas substâncias causadoras da reação. São eles: exercício, álcool, algumas substâncias como contrastes radiológicos e outras.

Então, o ideal não é falar que o paciente tem APLV (alergia a proteína do leite de vaca) pois isso é muito vago. O correto seria falar: anafilaxia por leite de vaca (lembrando que o leite de vaca pode dar outros tipos de alergia que não a anafilaxia e, desta forma, dizer apenas APLV será dar um diagnóstico que abriga diversas doenças sob ele); o ideal não é falar alergia a abelha e sim anafilaxia a veneno de abelha (alergia a abelha pode ser apenas alergia local); alergia a látex pode ser apenas dermatite ao se mexer com objetos com látex, enquanto que anafilaxia a látex define perfeitamente o que a pessoa tem. Percebe a gravidade de não se usar o termo correto para a doença? Urticária gigante é uma urticária grave, tudo bem...mas nem sempre urticária quer dizer anafilaxia, pois nem sempre há anafilaxia quando se tem urticária e nem sempre toda urticária acompanha quadros de anafilaxia.

E choque anafilático? É um quadro de choque de causa anafilática. E o que é choque? É uma falência cardiovascular onde cai a pressão arterial e existe falta de oxigenação em nível dos tecidos, o que é muito grave, uma vez que essa falta de oxigênio nas células do corpo rapidamente faz com que elas pereçam. Então, choque anafilático é uma anafilaxia grave. Ou seja, existem vários graus de anafilaxia, desde as leves (mas mesmo assim potencialmente graves e fatais) e as extremamente graves. Por que é importante saber disso? Porque muita gente acha que precisa estar morrendo para usar a adrenalina que é a droga mais importante da anafilaxia. Ao contrário, quanto mais cedo se usa adrenalina num quadro de anafilaxia, melhor, uma vez que diminui a chance desse quadro se agravar.

Então, muito importante a conscientização de todos, pacientes e profissionais, para um perfeito diagnóstico e tratamento. Todos que são portadores de anafilaxia devem ser corretamente identificados e receberem orientação adequada.

 

 

 

Domingo 21 de diciembre del 2014,

 A casi 4 años de esos terribles síntomas que; de no ser por una clínica que estaba a 5 minutos de donde yo iba manejando, no estaría contando mi historia !!!

 

Mi nombre es Karla Gaytan y tengo 41 años y Quiero contarles no sólo lo vivido ese día, si no que muchos médicos no saben como tratar este padecimiento, y quiero antes que nada decirles que después de mucho experimentar y preguntar, di con este maravilloso medicamento que no te sube de peso como lo hace la cortisona, y es la (AVAPENA)

 

Después de ese día mi vida dio un giro de 360* 

 

En México no se toca el tema y a la gente no le interesa la anafilaxia, vaya... no hay enfermos !!

Esto mismo hace que los médicos no estén familiarizados con síntomas y que no crean lo que te sucede, la primera crisis que me dio fue paulatina, pero aún así no dejaba de avanzar rápido y las siguientes han sido muchos más  rápidas que la primera, tan rápido que aveces siento que no alcanzare a preparar los medicamentos que me inyecto en la pierna, quiero decirles que en mi caso por problemas de corazón, el cardiólogo me prohibió la adrenalina, aunque desde un principio en mi emergencia en la clínica a donde llegue utilizaron cortisona y luego luego sentí como se abrieron mis vías aéreas 

 

Mis síntomas fueron;

Calor y rash en el rostro

Asfixia 

Taquicardia

Alta presión  

Sensación de muerte

 

Siempre cargo en mi bolsa de mano mi botiquín con la  ( avapena inyectable, si no funcionara también cargo con la celestones soluspan inyectable y el salbutamol inhalado )

 

Punto también muy importante, la tolerancia en mi cuerpo a los alimentos han cambiado 

Al principio era alérgica al huevo, leche, pollo, camarones y quesos, y ahora ya no soy alérgica al huevo, a la leche ni los quesos, y si a polvo a cucarachas y colorantes!!

esto según los rast que me han hecho cuando he estado internada

Recuerdo una ocasión que me inyecte en la pierna de emergencia y llegue al hospital y me querían regresar ya que no entendían mis síntomas y decían- pues la vemos estable !!

y esto sucedió en uno de los mejores hospitales de Monterrey NL en México

 

Mis experiencias han sido tan difíciles y más aún ya que; no creen que, lo que me sucede es una crisis anafilactica

 

De hecho yo antes le llamaba shock y me dijeron - pero si usted no pierde el conocimiento entonces no es un shock

Por eso comencé a llamarle CRISIS ANAFILACTICA

 

Ya que ningún médico me dijo que existía una reacción alérgica grave que podía costarme la vida 

Jamás me dieron el nombre, si no hasta que investigue mucho  

 

De hecho al preguntarle a la internista que; que podía hacer si volvía a pasar?  Esto pues  para alcanzar a llegar a un hospital, y lo que hizo fue escribirme en el folder donde me dieron los resultados del rast 

Ahí escribió ( celestone soluspan inyectable )!!!

Ni si quiera me hizo una receta ni me recomendó a ningún ALERGOLOGO ni me explico que era una enfermedad mortal 

Yo fui toda mi vida una mujer sana, siempre comía de todo y de la noche a la mañana ya no puedo comer ciertos alimentos, ni me puedo pintar el cabello con tranquilidad, ni puedo usar cremas corporales sin sentir temor 

En fin, todo un calvario 

Aunque aveces  necesito voltear y ver por ejemplo el caso de la niña que es alérgica al agua y es entonces donde digo- estoy en la gloria 

 

Quiero decirles tantas cosas más 

Pero no acabaría 

Es por eso que cree mi página de ANAFILAXIA mexico 

Esperando hacer conciencia de esta mortal enfermedad que le puede pasar a cualquiera 

 

 

 


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Data: 15/04/2019

História enviada por:   Luana Costa   -   SC

Olá, minha primeira anafilaxia foi aos 7 anos, por causa de uma dipirona, teve direito a edema facial, edema de glote, perda da consciência e muito prurido. Detalhe, eu tomava dipirona desde bebê, nunca havia tido nenhuma reação. Desde então parei de tomar. Depois, no decorrer da vida tive mais 5 anafilaxias. Uma porque tomei um buscopan composto (não havia lido que continha dipirona), outra por causa de um Ibuprofeno, outra por causa de um diclofenaco de sódio, outra por causa de um hambúrguer de mercado (provavelmente o corante?) e a mais recente, que foi por causa do Piroxicam, que foi bem mais grave, achei que ia morrer. Fica o relato para prestarmos atenção e entendermos que hoje podemos não ser alérgicos, mas amanhã tudo pode mudar.

 

Muito obrigada por dividir seu caso conosco.

Vamos fazer aqui algumas considerações importantes:

1- Sim: reações alérgicas podem ocorrer em qualquer época da vida. Ninguém nasce com alergia. Esta é desenvolvida em pessoas com predisposição genética para tal, mas quando irá eclodir, não há como prever

2- Anafilaxia a AINEs (Antiinflamatórios não esteroidais) - é uma classe bem grande de medicamentos que inclui várias drogas, principalmente dipirona, diclofenaco, ibuprofeno, nimesulida, cetorolaco, etc. É comum as pessoas que apresentam anafilaxia por essas medicações referirem que têm alergia a todo tipo de medicamento. Não é assim. Alergias a múltiplas classes de medicações são extremamete raras (por exemplo: alguém com alergia a AINE, antibióticos, analgésicos, etc). Muito mais comum é que dentro de uma mesma classe vários medicamentos deem sintomas. Ou seja, é muito comum que pessoas com anafilaxia a AINEs tenham intolerância a todos os medicamentos dessa classe, como é o seu caso. E observe que a gente chama de INTOLERÂNCIA a AINEs e não "alergia" pois, por mais terrível que sejam os sintomas, como no seu caso, não se trata aqui de alergia verdadeira pois não há envolvimento do sistema imunológico. O que existe é um desvio de componentes da membrana celular com acúmulo de substâncias que favorecem a reação alérgica. Por isso, o diagnóstico não é feito através de testes alérgicos e sim utilizamos a história clínica e testes de provocação. Quando a sensibilidade é apenas por um medicamento desta classe terap~eutica (por exemplo, apenas pela dipirona) pode acontecer que seja mecanismo imunológico e neste caso o teste poderia dar positivo, mas quando há reações a múltiplos representantes da classe dos AINEs é muitíssimo mais provável que seja intolerância. O tratamento é o mesmo: adrenalina nas crises e cuidado extremo ao utilizar medicamentos. Existem milhares de medicações contendo AINEs, isolados ou em associações, e de longe é o tipo de medicação mais prescrito por médicos e mais consumido pelos pacientes. Então, você tem razão: todo cuidado é pouco na hora de usar um medicamento. Existem alguns tipos de AINEs que dão menos reação, como paracetamol e os coxibes, mas mesmo esses, em pessoas muito sensíveis, podem ocasionar urticária, angioedema e mesmo anafilaxia. Então, precisa mesmo procurar um alergista para fazer exames como testes de provocação para saber o grau da sensibilidade.

3- Corantes: Já foi comprovado que a tartrazina e outros corantes/conservantes não apresentam sensibilidade cruzada com AINEs. Corantes e conservantes raramente dão reações alérgicas e, do ponto de vista científico (testes duplo cegos controlados com placebo) esse tipo de medicação foi responsável por apenas 0,01?,23% dos casos suspeitos (Fonte: file:///C:/Users/Imunopatologia/Downloads/v2n1a04 (2).pdf) . Não existe IgE para tartrazina e é um absurdo que vários laboratórios ainda disponibilizem esse tipo de exame. E mais absurdo ainda que médicos solicitem isso. Simplesmente não há base imunológica para um teste desses.

4- Por que então você teria tido reação ao hamburguer? Bem, se você realmente não usou nada de medicação um pouco antes ou após comer seu hamburguer - lembrando que muitos medicamentos usados para má-digestão contém AINE (ex.: Sonrisal, Engov, etc), pode ter havido contaminação por medicações no seu alimento. Pesquisei sobre isso e achei esse artigo interessante: CASELANI, K. Resíduos de medicamentos veterinários em alimentos de origem animal. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 17, n. 3, p. 189-197, jul./set. 2014.

Então, pessoas muito sensíveis a certos fármacos (não apenas AINEs mas também antibióticos), podem ter problemas ingerindo alimentos (especialmente carnes) com resíduos desses medicamentos.

Abraço!

Dra. Elaine


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Data: 15/04/2019

História enviada por:   Valdenice Moreira de Carvalho   -   PE
Em dezembro, tive uma crise forte por volta da meia noite, acordei com a língua inchada e com dificuldade p respirar, fui imediatamente p hospital, chegando lá me deram antialérgico, diversos, e após não funcionar me foi dado adrenalina, mas não funcionou de imediato, fiz exames q não sei quais, deram outra dose de adrenalina e daí por volta das 09:30 me senti melhor. Fui ao médico alergologista e me foi indicado vacinas e outros dois medicamentos manipulados e adrenalina p ter onde eu fosse, pois não posso perder tempo, pois não consigo respirar. Tenho 60 a. Agradeço se me orientar como conseguir a medicação.
 
 
Cara Valdenice (Recife)
 
Obrigada por seu contato.
Como sempre lembramos que aqui não se trata de consulta, mas de usarmos seu caso para comentários gerais. Sempre há necessidade de uma avaliação médivca, como, alíás, você já fez.
 
Na terceira idade o mais comum são as anafilaxias a medicamentos. Na verdade, muitas vezes não chega a ser bem anafilaxia, ou seja, um angioedema isolado de língua, que não responde adequadamente com adrenalina, é muito provável que seja medicamentoso. É grave, de qualquer forma, pois o edema de lingua causa obstrução respiratória e pode ocasionar até parada cardíaca. 
É importantíssimo fazer esse diagnóstico diferencial, pois há dois tipos de angioedema: os histaminérgicos (que acompanham quadros de urticária e anafilaxia) e os bradicinérgicos. Os primeiros geralmente ocorrem com outros sintomas (nem sempre), como urticária, queda de pressão arterial, broncoespasmo, diarreia, cólicas, etc. Ou seja, é uma verdadeira anafilaxia; o angioedema bradicinérgico geralmente é isolado (apenas o angioedema, sem outros sintomas) e não responde bem nem a antialérgicos e nem a adrenalina. Por isso é muito importante descobrir e afastar a causa.
As medicações que mais ocasionam isso são os inibidores de ECA (medicamentos usados para controlar a pressão, como enalapril, por exemplo), alguns antiinflamatórios e alguns medicamentos para controle de diabetes.
 
Caso seu angioedema seja de fato histaminérgico e se seu médico prescreveu adrenalina, você pode encontrar em nosso site um link com algumas sugestões de onde comprar esse produto.
Abraço!

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Data: 11/04/2019

História enviada por:   Aline Renata Calligaris   -   SP

Hoje meu filho tem 5 anos de idade, no começo foi dificil identificar o que causava essas reações no meu filho.. Tudo começou aos 6 meses de idade, com os testes em casa acabei descobrindo que ele é muito a alérgico a Feijão, soja e seus derivados ( os leguminosos). Recentemente na escola ele consumiu leite ( esse leite fornecido pela prefeitura na verdade é um composto que na fórmula tem soja) de imediato começou a aparecer urticaria pelo corpo, a reação é questão de segundos principalmente na área do rosto, olhos e lábios inchados, o olho então inchou tanto, não foi a primeira vez que aconteceu, levei ele pro Hospital Geral aqui da região, foi atendido com urgência, recebeu uma injeção de Solumedrol  e oxigênio, após 1 hora ele apresentou melhoras,  quando eu não sabia o que era, direto acontecia, agora que sei é mais fácil de controlar. Ainda não consegui passar ele com um especialista, pra ter certeza quais os alimentos que ele é realmente alérgico. Ele esta no EMEI e na escola, eu fico sem saber o que fazer, eles esquecem e acabam dando o alimento que ele não pode... 


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Data: 11/04/2019

História enviada por:   Solange Pereira de Oliveira    -   PR

Olá sou a Solange e minha primeira reação anafilatica foi a 1 ano e meio atrás onde teria o meu segundo parto cesariana,sendo que no primeiro tinha sido totalmente tranquilo,tanto que antes da hora da internação fizeram várias perguntas sobre alguma alergia e eu claro disse q não era alergica a nada...Bom tudo começou ainda no começo da cirurgia com uma forte dor de cabeça,seguido por muita vontade de espirrar,disse p anestesista oq sentia mais ficou por isso mesmo! 

Quando enfim tiraram meu filho senti meu nariz trancando e uma sensação de gripe forte ,parecia que não tinha muita força p falar,Mais achei que era efeito da anestesia,e feito td me levaram pra sala de recuperação onde comecei a inchar muito disseram que meu rosto parecia ter virado no avesso de tão inchado mas eu parecia estar Bem,só disseram pro meu marido que eu tinha tido uma reação alérgica mais tava td bem...
Foi quando do nada minha cabeça começou a rodar de tal forma que eu gritava por ajuda p me segurar pois parecia que ia cair da maca,minha visão escureceu,minha fala foi se perdendo,parecia que eu não aguentaria "sensação que ia morrer " tive hipotensão,taquicardia e muito vômito não vi mais nada...aliás lembro apenas de pessoas correndo desesperadas me pedindo p eu reagir. Quando voltei a si estavao me levando p Uti onde passei a noite.
No outro dia graças a Deus me sentia normal,conseguiram controlar tudo,ai me questionaram pq eu ñ tinha dito que era alérgica,eu eu disse mais eu não era...eles suspeitaram que a reação era por causa da oxitocina ou do antibiótico e eu tbm achei até q resolvi depois de um mês onde tive reação leve a quiabo procurar um alergista onde no exame de sangue comprovou uma alergia bem alta ao LÁTEX...poxa vida tds depois inclusive os médicos disseram espera td menos que fosse pelo látex,justo eu que sempre tive contado com bexigas etc...enfim hj vivo com medo de qualquer tipo de contato,fujo de certos alimentos com reação cruzada, luvas, bexigas e inúmeras coisas que os conter látex!
Foi apenas 1 choque anafilatico mais que fez um estrago no meu psicológico um trauma que vivo até hoje,espero que eu nem ninguém passe por isso algum dia!
 

 

Agradecemos essa história de nossa amiga Solange, de Cambé- PR e que nos dará oportunidade de conversar sobre anafilaxia e gravidez.

A anafilaxia durante a gravidez, parto e puerpério pode ser catastrófica tanto para a mãe quanto, e especialmente, para o bebê. Os sintomas e sinais podem incluir prurido vaginal e vulvar intensos, dor lombar, cólicas uterinas, sofrimento fetal e trabalho de parto prematuro. Durante os primeiros 3 trimestres, as causas são semelhantes às das mulheres não grávidas. Durante o trabalho de parto e parto, as etiologias mais comuns são antibióticos ?-lactâmicos, látex de borracha natural e outros agentes usados ??em ambientes médicos e perioperatórios.

O manejo da reação inclui injetar adrenalina rapidamente, fornecer oxigênio suplementar de alto fluxo, posicionar a mãe do lado esquerdo para melhorar o retorno venoso ao coração, manter uma pressão arterial sistólica materna mínima de 90 mmHg para garantir a perfusão placentária adequada. e monitorar de perto a paciente. A ressuscitação cardiopulmonar e o parto cesáreo de emergência devem ser realizados quando indicado. Em todas as mulheres em idade fértil, especialistas em alergia / imunologia podem ajudar a prevenir a anafilaxia na gravidez através de avaliação de risco pré-gestacional e estratégias de redução de risco, como confirmar a etiologia das reações alérgicas sistêmicas e fornecer instruções por escrito para evitar o alérgeno. Em mulheres grávidas, o benefício versus o risco de testes cutâneos, testes de provocação, dessensibilização e início de imunoterapia com alérgenos deve ser cuidadosamente pesado; se possível, esses procedimentos devem ser adiados até depois do parto.

Traduzido de: https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(12)01042-1/abstract

No caso dessa nossa amiga, o látex foi o agente etiológico, que é, aliás, uns dos mais comuns em anafilaxia perioperatória. É difícil, mas não impossível, que a primeira manifestação já tenha sido essa. Na maioria das vezes, o que ocorre é que a pessoa não valoriza pequenas reações e elas evoluem e causam grandes anafilaxias mais tarde.

Por isso, converse com seu médico e peça encaminhamento ao alergista e imunologista caso apresente sintomas,  mesmo que leves,  de alguma alergia.

 
 

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Data: 11/04/2019

História enviada por:   Elisangela de Matos Vieira    -   GO

Venho contar um caso de anafilaxia, do tipo mais grave choque anafilatico por ingestão de camarão, porém com final triste.

Aconteceu com minha mãezinha que havia completado seus 59 anos no dia 06/03/2018. 
No dia 11/03/18 ela foi à chácara de uma irmã e lá resolveram fazer um risoto de camarão, porém tb tinha o arroz branco pois havia uma criança com várias restrições alimentares, para não correr o risco de reação alérgica não a deixaram comer o risoto. Até hj não entendemos porque minha mãe resolveu experimentar já que sempre apresentou leves reações alérgicas... então de imediato alertou que não estava se sentindo bem, apresentou vermelhidão na pele e olhos, falta de ar( pelo fechamento da glote), correram com ela para o posto de saúde mais próximo, levaram cerca de 12 minutos para chegar. Já chegou sem sinais vitais, fizeram a reanimação, aplicação de epinefrina e ela voltou, mas inconsciente , infelizmente após cerca de 40 minutos teve outra parada cardiorrespiratória porém com reanimação prolongada de 20 minutos. Após a reanimação foi sedada e entubada e encaminhada em uti móvel para uma uti hospitalar . Fomos alertados ao índice altíssimo de dano cerebral devido ao tempo sem oxigenação, alegando até do risco de não mais acordar. Apresentava alguns problemas de saúde( como arritmia, hipertensa) que mesmo controlados com medicamento, juntos contribuíram para piora de seu quadro.
O episódio aconteceu no domingo, na segunda ela continuava sedada e entubada porém estável, os rins voltaram a funcionar, a cor antes cianotica voltara ao normal, o inchaço quase inexistente.  Ali nos brotara a esperança de perfeita recuperação.  Mas na quarta teve um novo episódio de parada cardiorrespiratória, com duração de 45 minutos, voltou totalmente instável, pressão instável mesmo com medicamentos, frequência cardíaca muito fraca, falência dos rins... no dia seguinte, 24h sem sedação não apresentava nenhuma reação neurológica em nenhum dos testes. Marcaram um doppler para sábado a tarde, mas ela não tinha condições fisiológicas nem para fazer o exame( frequência cardíaca muito baixa, pressão baixíssima).
Somos 3 filhos, nosso irmão caçula chegou as 16h do sábado e as 17h era a visita. Assim entramos e a visitamos, meu irmão mesmo tendo conhecimento de toda evolução do caso ficou chocado ao vê-naquela situação.  Saímos do hospital as 18h e as 19h nos ligaram para comunicar seu falecimento. Cremos muito nos planos de Deus, temos a impressão que ela resistiu só para que nós 3 nos despedissemos dela. Mas epinefrina seria seu "milagre naquele momento inicial após a ingestão do alergeno.????
Enfim , minha intenção é alertar para a gravidade da anafilaxia. Nós não tínhamos conhecimento a respeito, na verdade achávamos que era história de filmes de drama. 
Naquele momento a única coisa que poderia ter salvo sua vida seria a epinefrina na hora dos primeiros sintomas. Mesmo com toda correria, a falta de oxigenação resultou em danos muito graves ao organismo dela. A falta de conhecimento a respeito do assunto é primordial. 
Ainda em choque, faremos uma visita a um alergista, todos filhos e netos para que não tenhamos que vivenciar algo tão devastador. 
Nossa mãe nova, cheia de vida, hábitos saudáveis, não fumava, não bebia, consultas regulares aos médicos, atividades físicas 5X por semana não ficou ilesa. 
 
 
Cara Elisangela
Fiquei arrepiada com sua história! Sim, anafilaxia não é coisa de filmes. É uma doença grave que pode matar.
 
Aqui quero destacar a imprevisibilidade da doença. A mãe de nossa amiga "sempre apresentou leves reações alérgicas" e quando teve uma mais grave, já foi fatal. Portanto, fica a lição que as reações leves podem não ser leves no próximo episódio. Por isso, é importantíssimo que mesmo as pessoas com reações anafiláticas leves portem adrenalina autoinjetável. E levem a medicação para todos os lugares. Vejam que dependendo do local em que se está, pode ser mais difícil chegar-se a um posto médico. E neste caso o tempo até que não foi muito grande, já que 12 minutos não é tanto assim...mas para quem está tendo anafilaxia é um tempo enorme...Já está mais do que comprovado que quanto antes se faz a adrenalina, melhor a chance de recuperação. Por isso, aos primeiros sinais de anafilaxia, antes mesmo de se verificar o quadro completo, a adrenalina já deve estar à mão.
Outra questão a ser destacada neste caso é que mesmo sabendo da alergia, a mãe de nossa amiga provou o prato. Isso acontece! E é muitíssimo frequente! Os alérgicos, especialmente durante festas, reuniões onde há muita alegria, amigos, parentes, estão mais relaxados, isso é muito humano! Não há aqui nenhuma crítica, pois já vi isso acontecer muitas vezes. Crianças numa festinha de aniversário, pessoas em reuniões sociais, acabam se descuidando porque é do ser humano que às vezes descuidemos..."quem estiver sem pecados que atire a primeira pedra"....por isso a adrenalina é tão importante. Não dá para garantirmos 100% que jamais o alérgico ficará longe daquilo que lhe causa alergia. Isso serve para todas as formas de anafilaxia, talvez excetuando-se as causadas por alguns medicamentos (por exemplo, quem já teve anafilaxia por levofloxacina...isto é algo tão específico que é praticamente insignificante o risco de se fazer uso dessa medicação novamente....). Mas as outras formas de anafilaxia não tem como garantir que jamais haverá o risco. 
Infelizmente, temos visto até mesmo médicos orientando familias a "evitarem" aquilo que dá alergia, a "evitarem" esse ou aquele alimento, a "evitarem" ferroadas de inseto....Mas isso não tem como evitar! Primeiramente, essa palavra "evitar" é muito leve. Uma pessoa com anafilaxia não tem que "evitar" : ela não pode ter contato com o que está lhe desencadeando o problema de jeito nenhum. Nunca, jamais. Acredito que, infelizmente, essa confusão seja causada por formas mais leves de alergia, alergia por outros mecanismos e intolerâncias. Vejam: alguém com intolerância a leite, deve evitar tomar o leite integral.  Deve apenas tomar o sem lactose. E se acontecer de tomar o leite integral? Pode ter diarreia, vômitos, desconforto abdominal...mas não vai morrer disso...Alguém com dermatite atópica e aergia a ovo, deve evitar o ovo. E se comer? Vai piorar muito da pele...mas não vai morrer disso...Então, essas pessoas devem evitar. Aí, alguém que tenha anafilaxia, acha que se comer só um pouquinho, também vai passar mal só um pouquinho...como seu vizinho que teve diarreia mas se recuperou, ou aquele outro conhecido que ficou se coçando, mas depois controlou de novo a doença....E infelizmente para anafilaxia isso não funciona...Não pode comer nada, nem mesmo um pouquinho e às vezes até a inalação da substância pode causas a anafilaxia e a morte...
Então, aprendamos com esse caso tão drástico: adrenalina autoinjetável é crucial para pessoas com anafilaxias e pode evitar desfechos assim tão trágicos.
 
Lamentamos muitíssimo, Elisangela! Receba os pêsames da ASBAI e os meus profundos sentimentos!
Dra. Elaine

termo de autorização da asbai



Data: 11/04/2019

História enviada por:   Adrianalda Matins Cavalcante Matos Belém   -   GO
       

No dia 24/01/2017 por volta das 22:20h em casa com meu esposo, comecei a esquentar a janta, enquanto isso fui ao banheiro.

                              Ao sair do banheiro, quando fui vestir o short senti aquela ferroada bastante dolorida na parte inferior da minha côxa direita (xinguei, claro), ao olhar e tentar 

identificar o ponto certo, percebi o inseto pousado no cóis do short, automaticamente meti a mão, espantando-o, este caiu no chão próximo a mim e ali ficou.

                               Meu esposo falou, passa álcool. Primeiro, fui para cozinha colocar a janta dele, quando comecei a sentir uma coceira e ardência na cabeça.

                               Foi coisa de 1 minuto após a picada, foi ficando intenso, passando essa sensação para todo o corpo, ao me coçar, senti os inchaços (pelotas) se formando no meu corpo, ao mesmo instante que me coçava, comecei a ficar com falta de ar, sensação de mal estar, vontade de vomitar, dor de barriga, tentando respirar, faltando forças e me coçando ardentemente. 

                               Meu esposo falava comigo e eu evitando responder pela dificuldade de respirar, ele então falou: vamos ao hospital e fui vestir uma calça e os sintomas continuavam, ao entrar no carro, com um pouco de difuldade falei para meu esposo: será que dá tempo de ir ao banheiro ( devido a vontade de vomitar e sensação de diarréia ), ele disse: vai rápido.

                               Voltei para abrir a casa, com certa dificuldade e corri para o banheiro e basicamente despenquei sobre o vaso ( devido a falta de forças que estava sentindo ).

                               Sentada ao vaso, não conseguindo fazer nada, ao tentar vomitar também nada saía, só saliva e meu esposo perguntando se eu daria conta de me limpar, eu com 

dificuladade para respirar apenas assinalava para ele esperar, pois não conseguia falar.

                               Essas foram minhas ultimas lembranças daquele momento, sofri um choque anafilático. Quando voltei a si, só vi e e ouvi o desespero do meu esposo já ao meu lado 

esquerdo, entre o vaso e o box, empinando minha cabeça para cima, me chamando e clamando: Não Senhor, não... Por favor Senhor, não. Ele me narrou que trinquei os dentes, ele tentou desenrolar minha língua, mas disse que quase decepei o dedo dele, com outra mão, ele pressionou meu maxilar para que conseguisse tirar o dedo dele da minha boca, disse

que eu contorci os dedos das mãos e continuei desfalecendo.

                              Após eu ter voltado, deitei por um instante e fomos ao hospital. Fui me consultar no dia 31/01/2017 com Alergista, a Dra. Fernanda Casares Marcelino, mais um anjo que o Senhor colocou em meu caminho, que solicitou que eu fizesse o exame saguíneo, pois um teste subcutâneo seria muito arriscado.

                             O exame seria realizado após 30 dias que sofri a picada, fiz o mesmo no dia 04/03/2017, onde o Resultado foi:

 

Abelha .....................................    0,36      (Normal: Inferior a 0,35)

Marimbondo/Vespa ...............  61,10      (Normal: Inferior a 0,35)

                              Hoje, dependo da adrenalina que pego com a Dra., no entanto só consigo com ela, pois se tento pegar em outro hospital, não querem me fornecer por se tratar

de adrenalina, mesmo eu mostrando receita, relatório e exame.

                              Só por Deus ainda estou aqui, primeiro dizem que esses bichos não voam a noite, não sei por que raios me atacou naquela hora. Graças a Deus meu esposo estava

em casa comigo. E... 10 meses e 12 dias após o episódio, perdi meu esposo para um maldito câncer, foi descoberto em Maio e no dia 06/12/2017 veio a falecer.

                               Nesse momento, me sinto de uma forma que se viesse ocorrer novamente, não teria receio de morrer. Naquela ocasião sim, não queria ir, estava muito feliz, tínhamos planos, nos amávamos, queria muito viver e por muito tempo ao lado do meu esposo. 

 

Cara  Adrianalda

 

Agradecemos a você compartilhar conosco seu caso de anafilaxia. Vamos aproveitar e discutir um pouco sobre alergia a insetos.

 

Há vários tipos de reação a insetos:

1- Prurigo estrófulo: é causado por reações apenas na pele, especialmente por insetos do tipo pernilongo (mosquitos, para os cariocas), muriçocas, borrachudos, etc. Apesar de ser muito incômoda, pelo grande desconforto que provoca devido à coceira e pelas manchas que pode ocasionar na pele, não ocasiona reações alérgicas graves, como a anafilaxia.

 

2- Reações tóxicas: os venenos de insetos como abelha, vespa e formiga são uma mistura de proteínas potentes que podem causar danos a músculo, células sanguíneas e nervos e sempre causam dor intensa e reação no local que pode ser maior ou menor, dependendo da sensibilidade do organismo. Um ataque de uma colmeia toda, onde o indivíduo leve centenas e às vezes milhares de ferroadas, certamente fará com que esse indivíduo sofra sintomas de intoxicação que pode até causar a morte. Isso é muito sério, mas não é anafilaxia. Já foi desenvolvido, e esperamos que brevemente esteja comercialmente disponível, um soro antiapílico que - à semelhança do soro antiofídico - possa ser utilizado nessas circunstâncias.

 

3- Reações alérgicas: como no caso de nossa amiga, as reações alérgicas, ou seja, as que são causadas por hipersensibilidade, podem ocorrer apenas com uma ferroada. Existem vários graus de anafilaxia a insetos e este da Adrianalda foi o mais importante, pois ocasionou sintomas no sistema nervoso central, com convulsão (por isso ela estava com a lingua enrolada e com os dentes fortemente cerrados) e sistema cardiocirculatório (muito provavelmente caiu a pressão arterial, o que levou à perda de consciência). Casos assim são gravíssimos e podem ocasionar a morte.

 

No caso de nossa amiga, a IgE específica demonstrou claramente a causa. Entretanto, nem sempre é assim. Como esses exames são específicos, se a espécie de inseto for muito diferente do exame, o mesmo dá negativo. Abelhas são muito semelhantes ao redor do mundo todo e quando o acidente é com esse inseto o diagnóstico e o tratamento (imunoterapia- vide abaixo) é bem mais fácil. Isso não acontece com as vespas. Há vespas muito peculiares do Brasil e como os kits para diagnóstico e os venenos para o tratamento são importados, não há muito o que fazer para se ter a etiologia correta e o tratamento desejado. Esse é um problema sério. Além de enfrentar a falta de adrenalina autoinjetável, os portadores de alergia a vespas que não existem em países desenvolvidos onde se produz tais substâncias, não conseguem sequer um diagnóstico preciso, quanto mais os venenos indispensáveis para a imunoterapia.

 

O tratamento da crise aguda não tem o que falar: se não tiver adrenalina, a chance de sobrevivência é pequena. Nossa amiga conseguiu sobreviver, mas quantos não têm a mesma sorte! Após a crise, o ideal é fazer imunoterapia quando o veneno identificado. Assim, a imunoterapia pode reduzir muito a intensidade da reação e até mesmo zerá-la. Consiste na aplicação de venenos em doses reduzidíssimas que vão sendo gradativamente aumentadas até se dar o correspondente a uma ferroada. Com isso, há o que chamamos de "tolerância imunológica". 

 

Outra coisa importante a ser dita é que todos que sofrem de alergias graves a insetos devem ser pesquisados para uma doença chamada mastocitose. Nessa doença, há uma tendência de se responder com anafilaxias graves a determinados estímulos, entre os quais as ferroadas de inseto são os mais importantes.

 

Para finalizar, queremos dar os pêsames pela morte do esposo da Adrianalda.

 

Tudo de bom e um grande abraço!

 

                   

termo de autorização da asbai



Data: 22/01/2019

História enviada por:   Marylin   -   SP

Olá,

Em Fevereiro deste ano (2018) estava indo para um carnaval de rua quando passei por um gramado e comecei a sentir uma coceira,  poucos minutos depois comecei a sentir meu corpo formigar e minha garganta fechar, suava frio... por sorte estava com meu anjo da guarda, que rapidamente me colocou no carro e partiu em direção ao hospital. No caminho perdi o controle de esfíncter, desmaiei, e tinha dificuldades para respirar. Já no hospital, em reanimação enfermeiros e médicos procuraram alguma picada que foi aparecer somente no outro dia.
Sem um diagnostico convincente, fiz exame de sangue para detectar algum tipo de alergia, e nada foi constatado, segui a vida normalmente.
Até que em Setembro/18 estava na praia e resolvi passear com o dog, e piso em um formigueiro. Após alguns minutos as sensações retornaram formigamento no corpo, suor frio... e novamente o anjo da guarda estava e la e rapidamente pediu socorro, enquanto o carro do condomínio me levava ao ambulatório, anjo da guarda foi fazendo respiração, o que para mim, impediu novamente o apagão.
Nas duas vezes fui medicada com antialérgicos, e passando o estado de choque, tive dor abdominal (diarreia), náuseas e  muito frio.
Procurei então uma alergo que me indicou a compra da caneta Anapen e mais uma vez solicitou exame de sangue para constatar a alergia, e novamente deu negativo. A explicação que ela me deu é que são raros os casos de não confirmar no exame, mais que acontece. 
Gostaria de saber se me enquadro realmente em alergica a formigas com risco de choque anafilático.
 
Obrigada.
 
Cara Marilyn (Jundiaí)
 
O seu caso também merece uma reflexão sobre a mastocitose e antes de continuar, gostaria de aproveitar para explicar o que é alergia IgE mediada e os limites dos exames e testes para identificação de alérgenos (substâncias que causam alergia).
A IgE - imunoglobulina (ou anticorpo) da classe E - é muito importante nas reações alérgicas. Quando o organismo fabrica um anticorpo IgE específico para um alérgeno (por exemplo, veneno de formiga), essa IgE tem a capacidade de reconhecer quando o veneno entra no organismo. Mas não basta que a IgE o reconheça. É necessário que duas IgEs estejam conectadas a um mastócito (célula do sistema imune que é rica em grânulos inflamatórios) e que reconheçam juntas esse alérgeno (o veneno, no caso). Isso dá um sinal para o mastócito liberar todos esse grânulos inflamatórios que causam uma verdadeira devastação no organismo, como edema, broncoconstricção, queda da pressão arterial e tudo pelo qual você passou. Acontece que não é apenas esse sinal dado pela IgE que desencadeia esses sintomas. O mastócito - especialmente quando está "doente" como na mastocitose -  pode ser ativado diretamente pelo veneno ou por outros alérgenos. Nesse caso, quando se faz o exame e procura-se a IgE , o exame dá negativo, ou seja, o organismo não fabricou esse anticorpo, mas o resultado clínico foi o mesmo.
Conclusão: pessoas que têm IgE negativa ao exame ImmunoCap (conhecido também como "Rast"), ou à detecção in vivo da IgE (feita através dos testes alérgicos)  podem concluir que não estão fabricando esse anticorpo. Mas, se o alérgeno desencadeia a anafilaxia - como no seu caso - esse desencadeamento pode estar sendo feito de uma forma direta, sem passar pela IgE.
Na prática, no seu caso, isso significa que não adianta fazer imunoterapia, que precisa portar adrenalina autoinjetável de forma permanente e que é necessária a pesquisa de mastocitose.
 
 
 

termo de autorização da asbai



Data: 07/01/2019

História enviada por:   luciano tonoli   -   SP
 
 
Desenvolvi anafilaxia recentemente,tenho 37 anos e não tinha essa reação alergica quando era mais novo,na primeira crise levei uma picada na região do pescoço e não consegui identificar o inseto,cerca de cinco minutos após a picada eu desmaiei tive convulsões,segundo os socorristas foram 3,acordei mas estava fora da minha personalidade normal,estava agressivo inclusive querendo agredir os médicos,depois chegaram a me perguntar se eu usava drogas, não nunca usei.tiveram até que me amarrar na maca.Na segunda vez levei a ferroada de vespa na região da coxa direita, cinco minutos depois apaguei, a reação foi menor,ao acordar tinha dificuldade para respirar e suava muito.Estou atualmente a procura de tratamento.
 
Caro Luciano
Agradecemos sua narrativa.
Sem dúvida, sem caso é de anafilaxia grave, muito grave.
Você deve procurar ajuda com alergistas que façam imunoterapia para insetos. Também deve portar adrenalina autoinjetável.
Vou aproveitar sua história para falar de duas doenças que às vezes estão associadas com anafilaxias graves, especialmente as desencadeadas por insetos: a mastocitose e a síndrome de ativação mastocitária (SAM).
Inclusive, ser do sexo masculino e ter anafilaxia sem o componente de urticária (ou seja, pelo que entendi, você não teve nada na pele, teve somente sintomas neurológicos e provavelmente cardiocirculatórios já que ficou alterado psiquicamente por um provável hipofluxo cerebral), são sinais que falam muito a favor de (SAM). Nesses casos, é muito importante o diagnóstico pois pode haver outras alterações que apenas exames detalhados podem revelar. Essas doenças são genéticas e decorrem de uma ativação exagerada de uma célula que existe em nosso organismo - o mastócito - que é o maio responsável por casos de anafilaxia. Quem tem mastocitose ou SAM tem sempre quadros graves de anafilaxia que necessitam tratamento imediato e quando existe indicação para imunoterapia esta deve ser mantida por toda a vida. 
Como sempre frisamos nesse espaço, estas orientações não são uma consulta médica. São apenas orientações gerais que devem ser investigadas pelo seu alergista. 
Boa sorte!
 

termo de autorização da asbai



Data: 12/12/2018

História enviada por:   Meriane    -   SP

Em maio de 2017, como nos anos anteriores tinha que levar meu filho Matheus que estava prestes a completar cinco anos, para fazer a vacinação influenza. Foi o pior dia de nossas vidas, após a vacinação meu marido nos deixou em casa e voltou para o trabalho, em quanto eu abria a porta de casa meu filho me chamou, quando olhei pra ele, fiquei apavorada em questões de segundos ele inchava sem parar. Não conseguia me comunicar com meu marido, a rede de celular não estava pegando, entrei em contato pelo WhatsApp com minha família que mora em outra cidade, e sai correndo com meu filho nos braços pela rua. Na metade do caminho encontrei meu marido, minha família tinha entrado em contato com ele. Quando chegamos no hospital meu filho não conversava mais, estava com falta de ar e tendo crises de tosse. No hospital tomaram todas providências necessárias; injeções e soro. Aos poucos ele foi voltando a conversar e a desinchar. A partir daí descobrimos que ele era alérgico ao ovo e depois de um dois meses APLV. Graças a Deus deu tempo de socorrê-lo, depois desse episódio não teve mais anafilaxia, segue em restrição na esperança de um ser curado. 

 

Cara Meriane

Obrigada por compartilhar conosco sua experiência. Sim, isso é importante mesmo. As pessoas precisam saber que anafilaxia pode ser fatal e que por alguns minutos às vezes as pessoas não sobrevivem. É dramático, muito grave mesmo. Essa sequência de eventos que você descreveu tão bem acontece sempre que alguém com alergia grave entra em contato com o alérgeno. E basta uma ínfima quantidade, pois a vacina contra gripe tem uma quantidade bem pequena de proteína de ovo. Mas tem! E algumas vacinas também podem conter traços de leite. Quando vemos medicações cuja bula descreve que a lactose é o excipiente, alguém alérgico a leite não pode fazer uso dessa medicação. Isso não acontece por alergia a lactose - o que não existe. Mas se tem lactose pode ser que haja junto proteína do leite e nesse caso é melhor evitar.

Toda criança alérgica a leite e ovo precisa procurar ajuda de alergista para orientação quanto às vacinas. E se for o caso, pode ser feita dessenssibilização rápida para a aplicação, pois o risco de ficar sem a imunização também é alto.

Grande abraço!


termo de autorização da asbai



Data: 26/11/2018

História enviada por:   Priscila. França   -   SP

 Bom dia.

Tenho uma dúvida que me acompanha. Tenho uma filha de 2 anos e 10 meses que tem diagnóstico de APLV e alergia ao ovo, por duas vezes foi medicada com adrenalina injetável, mas, descobrimos recentemente uma cardiopatia-Arritmia Supra Ventricular, que a restringe ao uso de adrenalina fora de ambiente hospitalar-UTI. Como devo proceder tendo em vista que moro a pelo menos 30 minutos da UTI cardiológica pediátrica mais próxima?
Ela é mediada, e reage instantâneamente ao simples toque como alérgeno.
Obrigada
 
 
 
Cara Priscila
 
Obrigada por compartilhar conosco sua história. Como sempre, aproveitamos os casos para fazermos comentários genéricos que nunca substituem uma avaliação individual.
Em pacientes - adultos ou crianças - com anafilaxias (especialmente graves como a de sua filha), a adrenalina é sempre a droga de primeira escolha, independentemente de qualquer doença subjacente. 
Sem dúvida, pessoas com cardiopatias estão mais sujeitas a apreentar intercorrências, pois, como sabemos, a adrenalina tem efeitos colaterais especialmente cardiocirculatórios (arritmias, por exemplo). Entretanto, a própria anafilaxia pode ser fatal especialmente por atuar sobre esse mesmo sistema, causando choque e até parada cardíaca. É uma situação complicada, mas há consenso entre os especialistas que o risco de não tratar é maior do que o risco de tratar e ter uma complicação.
Sugestões:
1- Treine muito: Busque ajuda com seu alergista para reconhecer de forma clara se a criança está de fato apresentando anafilaxia. Esta envolve sempre mais de um aparelho no corpo. Se a criança tiver apenas sintomas cutâneo-mucosos sem sinais sistêmicos ela pode receber inicialmente apenas anti-histamínico e corticoide. Observe atentamente para ver a evolução - que pode ser rápida. Neste caso não tenha dúvida em aplicar adrenalina.
2- Use adrenalina autoinjetável que contém dose fixa da medicação. Jamais tente preparar na hora o medicamento pois há risco de erro de dose e o principal problema é que a adrenalina tem uma janela terapêutica muito estreita. (janela terapêutica é o intervalo que vai da dose correta à dose tóxica).
3- Converse com o cardiologista sobre isso e ele poderá dar alguma orientação em caso do que fazer se a criança tiver a arritmia até chegar ao hospital.
4- Após a aplicação da adrenalina, vá imediatamente para o hospital mais próximo.
 
E , claro, acompanhe de perto tudo que a criança for comer, pois, se anafilaxia é grave em organismos saudáveis, em cardiopatas é muito mais.
 
Abraço e Boa Sorte!

termo de autorização da asbai



Data: 31/10/2018

História enviada por:   Silvana Falcão    -   SP

Tenho 54 anos e nunca tive nenhuma alergia à insetos, somente ao camarão "vencido " das praias... Em março de 2017 fui picada por uma formiga espécie cabo verde. Isso mesmo, uma unica picada... senti meu corpo todo coçar, comecei a espirrar e tossir uma secreção Branca, em quinze minutos estava irreconhecível em razão do inchaço no corpo. Comecei a respirar com muita dificuldade, narinas entupidas e garganta fechando... com isso já estava falando com muita dificuldade e, por sorte, à caminho do hospital... entre a picada e a entrada no hospital foram 40 minutos. Não posso relatar como foi a entrada no hospital porque apaguei. Mais sei que me aplicaram injeções de adrenalina, antialérgicos, corticóides e máscara de ar. Fiquei no hospital por 4 horas e saí quase normal. As manchas demoraram uns 2 dias pra passar. 

Tive um choque anafilatico e um quase infarto.
Procurei um alergista, fiz exames e todos deram muito alterado (insetos todos). 
Ontem tive outro problema, desta vez com a abelha... instruída por minha médica, tomei os antialérgicos e fui pra o hospital rapidamente tomar a adrenalina. Tenho uma carta que a médica escreveu sobre como medicar e o risco altissimo de choque.
Muito difícil essa alergia. Sem falar que acabo por me tornar uma pessoa neurótica. Se um bicho voa perto de mim já dispara meu coração, minhas mãos transpiram, perco um pouco a respiração, de tanto medo. Só quem passa por um choque anafilatico pra compreender o quanto é horrível. A evolução do quadro é muito rápida. A dor abdominal e não conseguir respirar faz com que não sejamos racionais. Uma outra coisa ruim é o dia seguinte aos medicamentos... palpitações no coração, tremedeira no corpo, dor de cabeça, tontura e dificuldade de raciocínio.
Se tivéssemos a injeção nas mãos seria muito bom, ficaria mais tranquila. Hoje não vou a nenhum lugar que não tenha um hospital próximo, pois insetos estão em todos os locais. Um outro dado importante é que hoje se eu pegar numa casa de abelha, sem as abelhas, só colocar a mão na casa delas, minha mão incha na hora, ou seja, não preciso nem levar a picada pra ter uma reação. 
 
Obrigada pelo espaço e por tanta história parecida com a minha.
 
 
 
Cara Silvana
 
Obrigada por compartilhar sua história.
De fato, anafilaxias a inseto estão entre as mais graves. 
Algo a ser enfatizado no seu caso é a alergia cruzada entre os venenos de inseto. Isso é particularmente comum entre formigas e vespas, mas pode ocorrer com abelhas também. Ou seja, como os venenos são parecidos, quando a pessoa se sensibiliza por um, acaba ficando reativa - por tabela - a outros venenos também.
Quero aproveitar seu caso para realçar que é exatamente assim que ocorre quando a questão é a anafilaxia: basta uma única ferroada, uma única formiga. E ela pode de fato causar uma reação muito séria. Geralmente, todas as anafilaxias são assim: quantidades diminutas do alérgeno já causam grandes estragos.
Além da adrenalina autoinjetável, uma opção para pessoas com esse problema é a dessensibilização que funciona muito bem, geralmente com resultados de eficácia de acima de 95%. 
Como todas as pessoas que passam por um problema assim tão sério, a qualidade de vida fica muito prejudicada.
Apenas com a disponibilidade de tratamento para pacientes como você, iremos dar mais vida a portadores de anafilaxia.
Grande abraço!

termo de autorização da asbai



Data: 26/06/2018

História enviada por:   Manuela Pereira de Morais Kistner da Silva   -   RJ

Eu já sei que sou alérgica formiga, picada de abelha e marimbondo a uns 20 anos. A primeira vez eu deveria que tive o ataque alérgico eu deveria ter uns 16 anos, mas não fazia ideia que era alergia a formiga vermelha. Depois tive um outro ataque alérgico com outra picada de formiga na casa de um namorado que cheguei a desmaiar na rua. Na terceira vez, foi que tive certeza que era da formiga, pois fui a um casamento que era em um campo, e fui mordida por algumas formigas, em 05 a 10 minutos tive o mesmo ataque de sempre, foi quando fui buscar a certeza dessa alergia e um tratamento. Por minha surpresa descobri que não temos aqui no Brasil a tal da caneta injetável que pode salvar minha vida, pois sofro o ataque anafilático. Queda brusca de pressão e desmaio. A medica tinha me ensinado a fazer a automedicação com adrenalina e água destilada, mas também outro empecilho pois não se vende adrenalina, ela só é fornecida no hospital.  E na semana passada tive um ataque pior, pois a dor no peito foi bem ruim. Gostaria muito que fosse liberado a venda do Epipen aqui no Brasil. Minha vida depende disso 

 

 

Cara

Agradecemos muito seu contato e aproveitamos para conversar sobre uma consequência muito séria da anafilaxia: as alterações cardíacas.

Você tem uma manifetação conhecida como "Síndrome de Kounis" que é alteração cardiológica, semelhante a infarto, decorrente da anafilaxia. De fato, anafilaxias graves podem evoluir com problemas cardiológicos, desde arritmia até infarto agudo e tais manifestações são muito mais sérias quando a pessoa já apresenta algum problema cardíaco de base. Isso ocorre porque a parede da artéria coronária, que irriga o coração, é repleta de mastócitos que são as células mais importantes na anafilaxia. Durante uma reação anafilática, esses mastócitos se rompem liberando várias substâncias que são mediadores da resposta alérgica. Através dessas substâncias, as artérias podem apresentar um espasmo, com diminuição do seu lúmen (espaço interno) e com isso ocorre redução do fluxo sanguíneo para o coração. Se essa circulação já estiver previamente comprometida por uma placa de ateroma, por exemplo, a mesma pode se romper e a pessoa pode apresentar infarto agudo do miocárdio como consequência da anafilaxia.

Como certamente você é jovem, teve apenas o espasmo mas isso é suficiente para ocasionar dor no peito semelhante a angina.

Como vemos, anafilaxia é algo muito grave e lamentamos muitíssimo que não temos ainda adrenalina autoinjetável no Brasil.

Para as pessoas com reações graves por inseto, resta a importação. Outra medida importante nesses casos é a imunoterapia. 

Anafilaxia por inseto, especialmente formiga, abelha e vespa da espécie Polistes, é passível de dessenssibilização e os resultados terapêuticos são excelentes. Acima de 90?ssas pessoas torna-se imune às ferroadas e passa a ter vida normal.

Procure um serviço que realize esse tratamento e boa sorte!

 


termo de autorização da asbai



Data: 26/06/2018

História enviada por:   Marcilene Mendonça Aves Morais Cordeiro   -   TO

Boa tarde, 

Meu filho MatheUs Mendonça Cordeiro tem 9 anos de idade é muito alérgico e a alergista que acompanha ele receitou adrenalina 15mg para picadas de insetos. Exames constatou alergia a insetos inclusive abelha. A alergista me recomendou este site para fazer um cadastro para doação de adrenalina, só que não consigo cadastrar ele , a única porta acessível foi essa, conto com a compreensão e colaboração a fim de cadastrar meu filho para receber essa medicação. Moramos em zona rural. P.A Irmã Adelaide. Obrigada Marcilene...
 
 
Cara Marcilene
Nosso site é exclusivo para orientação e não fazemops nenhum tipo de cadastro. Temos um link "Adrenalina autoinjetável - Saiba mais" onde você poderá encontrar as orientações de onde e como comprar a medicação. Atenciosamente.

termo de autorização da asbai



Data: 15/05/2018

História enviada por:   Ana Paula Balmant   -   MG

Bom vamos lá: Minha filha tinha 1 ano e meio na época do episódio. Estávamos eu e minha mãe em uma cidade vizinha e passando sempre perto de algumas lanchonetes ela dizendo que queria, eu com medo sempre negava mas ela insistia então paramos em uma lanchonete que eu estava acostumada a ir expliquei que minha filha era alérgica a leite e derivados e perguntei se ela teria algum lanche sem esses ingredientes. Ela foi até a cozinha voltou e me falou que a esfirra de frango não tinha. Dei para minha filha e antes mesmo dela terminar de comer já tive que correr com ela pro hospital com uma crise anafilática. Sorte que estávamos próximas ao hospital e no final tudo ficou bem graças a Deus. Mas as pessoas deveriam se conscientizar da gravidade de uma alergia. E ter a noção de que um pouquinho faz mau sim, não é frescura e pode ser fatal.

 

 

Cara Ana Paula!

Que dificuldade, não é mesmo?

Esta é uma luta nossa! De todas as famílias que têm pessoas alérgicas, seja que tipo de alergia for. Infelizmente, muita gente, apesar de toda a informação disponível hoje em dia, simplesmente não consegue acreditar que reações anafiláticas podem ocorrer mesmo com quantidades diminutas. Isso é difícil para quem tem alergia alimentar, para quem tem alergia a látex e até a medicamentos. 

Uma dica importante que damos é: mostrem sempre o cartão de identificação do alérgico. As pessoas (e até os profissionais) têm uma tendência de valorizar mais a informação quando esta vem por escrito e assinada por um alergista. 

De onde vem esse desrespeito (ou no mínimo essa desatenção) das pessoas para com os alérgicos? Infelizmente, há muita gente com diagnóstico errado. A confusão que é feita entre intolerância e alergia ainda é muito grande. E há pessoas que nem intolerância e nem alergia têm (e têm apenas um exame positivo, que foi mal interpretado!). Essas pessoas - que erroneamente se dizem alérgicas - quando escapam da dieta, pouca coisa sentem. Às vezes não sentem nada... E, então, alguém que conviva com pessoas assim fica com a ideia que na verdade o problema não é tanto grande...Que se for só um pouco não tem importância...que a pessoa é muito preocupada...

Mesmo com o látex existe esse problema, pois além de anafilaxia, essa substância pode dar dermatite de contato, rinite e asma (sem anafilaxia). Então, alguém que conviva com pacientes que apresentam essas formas menos graves de alergia, ficam com a impressão que o problema não é tão grave quanto parece...

As pessoas que de fato apresentam anafilaxia é que perdem com isso.

Por isso, a ASBAI faz esse alerta: peça a seu (sua) médico(a) lhe dê por escrito um atestado com o diagnóstico correto e o plano de tratamento, ou seja, o que deve ser feito em caso de anafilaxia. Ao mostrar esse documento, por escrito e assinado por um profissional, a coisa muda de figura. Geralmente, as pessoas pensam duas vezes antes de achar que é uma bobagem, um exagero. E assim vamos lutando para que se dê nomes aos bois: anafilaxia não é uma alergia simples, não é intolerância, não é só IgE positivo. Anafilaxia pode matar.


termo de autorização da asbai



Data: 08/05/2018

História enviada por:   Duanne Castan Furtado    -   SP

Boa noite, espero que meu relato, assim como outros, sejam informativos e ajudem realmente outras pessoas e profissionais da área de saúde que muitas vezes mal sabem do que se trata uma anafilaxia. Tenho 25 anos e sou alergica ao látex e tive choque anafilático há quatro meses atrás na minha segunda cesárea. Nunca desconfiei de nada justamente pela falta de informações, nunca ouvi nada nem parecido sobre a palavra "anafilaxia". Tive crise alérgica duas vezes em situações diferentes, mas ninguém identificou o que poderia ser. A primeira situação foi quando resolvi fazer micropigmentacao nas sobrancelhas(é praticamente uma tatuagem de pêlos das sobrancelhas, é definitiva), que no meio do processo meus olhos ficaram enormes, dificultando de enxergar e ter que parar no meio. A profissional que fiz, é muito conceituada na minha cidade e só mexe com isso tem muito tempo. Ela ficou desesperada pois disse que em "X" anos (nao lembro quantos anos só fazendo isso), nunca tinha visto nada parecido. Tomei vários anti alergicos e fui controlando e mandando foto para ela que ficava me ligando e mandando mensagem super preocupada. Ela ligou para inúmeros professores dela contando o caso e apontaram vários fatores que pudessem ter dado aquela alergia em mim; foi falado da substância do anestésico que é aplicado antes de fazer a micropigmentacao, foi falado sobre o próprio pigmento da tinta utilizada (mesmo eu falando que tenho tatuagens e que nunca deu nenhum problema); foi falado sobre a loção hidratante e calmante que é utilizada durante o processo da micro.. mas ninguém, ninguém nem chegou perto que o problema estava nas mãos dela, no caso, nas luvas que entravam em contato com cada corte feito da agulha. E o segundo caso foi no reveillon do ano passado demos uma festa grande em casa, onde para ajudar com toda decoração, comprei muitos tipos de bexigas. Na primeira bexiga já senti meus lábios coçando e inchando, minhas mãos coçando insuportavelmente e um olho, o qual acabei coçando com a mão infectada pela bexiga ficou enorme! Apenas uma bexiga foi o suficiente para desencadear tudo isso. Tinha um anti alérgico em casa e tomei, mas como ardia de tanto coçar, corri na farmácia e pedi "algum anti alergico que fosse bem forte" e já tomei lá mesmo. Contei para a farmacêutica e ela achou bem estranho mas não sabia -tambem- do que se tratava. Era bem forte. Tomei dois de uma vez e melhorei.

Sem contar o parto, minha segunda cesárea, onde tive a anafilaxia e não consegui nem enxergar minha filha assim que ela nasceu. Só depois de algumas horas da adrenalina aplicada. O medico do meu parto sabia exatamente o que estava acontecendo comigo, pois, coincidência ou não, prefiro acreditar que é Deus mesmo, a esposa dele também alérgica ao látex, há 13 anos atrás, exatamente no mesmo dia do parto da minha filha, acontecia a mesma coisa com ela, no parto do filho deles e ela descobria entao que também era alergica ao latex tendo uma anafilaxia no parto, assim como eu. Estava consciente, mas não enxergava mais de tanto inchaço, minha respiração pelo nariz estava totalmente "trancada", coceira insuportavel nos braços, pescoço, rosto, em tudo onde conseguia ainda sentir, muita falta de ar com intervalos de vômitos e os aparelhos que monitoravam meu corpo, apitando loucamente. Meu médico deu todas orientações ao anestesista, que ficou receoso e negou-se a aplicar a adrenalina alegando ser um "teatro meu".. enquanto meu médico "tirava" urgente minha filha de mim, pediu para chamarem outro anestesista de outra equipe médica para então aplicar com urgência a dose de adrenalina que ele ja sabia que deveria aplicar. 
Quando depois de um dia mais ou menos do parto, meu médico veio conversar e explicar tudo que havia acontecido ja trazendo o que poderia ter desencadeado o quadro do choque, que era ou latex da luva e mais dois medicamentos que foram suspensos. Muitas enfermeiras quando trocavam de turno, vinham me perguntar se era eu a moça do choque anafilático, que eu tinha vivido de novo. Parecia novidade para muitos de lá. Plaquinhas no quarto, pulseirinhas em mim de alergia e uma caixinha de luva de vinil sem pó foi deixado para cada um que fosse fazer alguma coisa em mim, usar. Então fui no alergologista onde comprovou minha alergia ao látex altíssima e reação também de alimentos cruzados com o latex, kiwi, mamao papaia e banana nanica.
Aconteceu na Maternidade de Campinas, no dia 05 de outubro de 2017.
 
 
Cara Duanne
 
Obrigada por compartilhar conosco sua história.
É impressionante o que a falta de informação pode fazer...e, infelizmente, até no meio médico! Achar que uma crise de anafilaxia é "teatro" é muito trsite....
De fato, a alergia a látex não é sempre lembrada como um diferencial de casos de anafilaxia peri-operatória e muito menos em procedimentos. 
Muitos hospitais nos EEUU já aboliram o látex. Isso, entratnto, ainda não ocorre em nosso meio e é importantíssimo que o paciente alérgico a ele seja identificado corretamente. Existem milhares de substâncias que contém látex. 

Látex, que é a borracha natural, é produzida a partir da seiva de Hevea brasiliensis. e pode causar anafilaxia, especialmente pela inalação das partículas que ficam em suspensão no ar durante manipulação de objetos feitos com tal substância. Luvas talcadas, por exemplo, são especialmente perigosas, já que o talco fica carregado de partículas de látex e uma pessoa sensibilizada por perto poderá ter reações graves. 

No caso da Duanne, o látex em contato direto com uma mucosa, propicia a absorção direta dessa substância na corrente sanguínea causando reação ainda mais grave. Isso também ocorre em luvas sendo usadas para toques ginecológicos, procedimentos dentários e outros que exponham as proteínas do látex diretamente ao sangue.

A borracha vulcanizada é aquela modificada através de vários processos químico-físicos que alteram sua estrutura e, consequentemente, reduzem drasticamente seu poder alergênico. Desta forma, produtos feitos com esse tipo de borracha vulcanizada (mangueiras, pneus, calçados, etc.), ou os feitos com borracha sintética raramente causam alergia.

Um grupo de pacientes com anafilaxia a látex pode ter sensibilização cruzada a alimentos. Nesse caso, é comum o paciente apresentar reação alérgica não apenas para látex, mas também tais alimentos. A este problema dá-se o nome síndrome látex-fruta, pois frutas são a classe de alimento que mais dá reatividade cruzada com o látex. As principais são: banana, kiwi, abacate, papaia e castanhas. Mas batata e outros legumes também já foram descritos.

Portadores de anafilaxia a látex precisam ser claramente identificados, especialmente durante procedimentos médicos, cirúrgicos, odontológicos e em qualquer local de diagnóstico e tratamento. Nesses locais, toda a equipe médica, enfermagem e outros profissionais envolvidos devem ser treinados para não expor pessoas sensibilizadas a risco.

Não há, por enquanto, tratamento específico (imunoterapia) para anafilaxia a látex e evitar a exposição é ainda a melhor forma de se prevenir anafilaxia. Se esta surgir, deve ser tratada como todas as outras crises anafiláticas, lembrando-se do papel fundamental da adrenalina.

Adrenalina autoinjetável deve ser prescrita para todos os sensibilizados a látex onde médico e paciente julgarem que não há possibilidade de se evitar o contato de forma segura. Isso é especialmente indicado na síndrome látex-fruta.


termo de autorização da asbai



Data: 17/04/2018

História enviada por:   Patrícia Rosa de Oliveira Almeida   -   SP

Minha história com alergias começa na minha infância, quando eu tinha 5 anos tive uma reação anafilática à Dipirona quando recebi por via injetável em um posto de saúde próximo da casa onde morava. Minha mãe conta que fiquei mole, toda roxa, mãos, boca, e simplesmente apaguei. A pediatra que atendia no posto identificou a crise de imediato, e cuidou da melhor forma possível, mas orientou que dipirona para mim nunca mais.

Meu filho mais velho nasceu, e desde bebê apresentou dermatite atópica, pele sempre grossa e cheia de urticária, a pediatra suspeitou de APLC que não foi confirmada, mas sim alergias aos produtos de higiene infantil que usava nele (todos com fragrâncias). Ele sempre foi um bebê chiador e aos 2 anos teve sua crise mais grave que precisou de hospitalização, a saturação de oxigênio baixíssima o fez ficar internado por alguns dias, e foi aí que descobrimos que ele tinha asma. 
Fez tratamentos profiláticos por bastante tempo, o que garantiu melhor qualidade de vida, e com isso fizemos vários testes de alergia, que constataram alergia a poeira, peixes, frutos o mar, camarão, blatela germânica, corantes artificiais.
Ele reage sempre na pele com urticária, mas a sua reação anafilática grave aconteceu numa madrugada. Fomos ao PS pela manhã, e o pediatra de plantão receitou ERITROMICINA para meu filho tomar por xarope, deu a primeira dose logo em seguida durante o dia ainda, e a segunda dose 12 horas depois, à noite antes de dormir. Ele dormia no mesmo quarto que nós, por sorte e percebi ele no meio da madrugada com alucinações, boca aroxeada, mãos e pés gelados e roxos, ele reclamava de dor na barriga, estava fora de si. 
Fomos ao UPA mais próximo voando, chegando lá expliquei tudo ao pediatra, que logo percebeu que era uma reação anafilática e tratou com uma injeção de adrenalina próximo ao umbigo. Pouco tempo depois ele foi voltando a si, e graças a Deus foi só um susto.
Hoje, 4 anos depois, minha preocupação é que com o surto de febre amarela em minha cidade, fui pesquisar a bula da vacina e descobri (sozinha) que ele não pode tomar porque a Eritromicina está na composição da vacina, as enfermeiras do posto nada sabiam sobre o assunto e o alergista após se informar, proibiu ele de tomar a vacina. Ninguém informa sobre esse risco, apenas sobre alergia grave ao ovo.
 
 
Cara Patrícia
 
Agradecemos muito compartilhar conosco sua história.
Vamos aproveitar o caso de seu filho  para comentarmos sobre a importãncia do correto diagnóstico em caso de reações alérgicas.
Eritromicina é um antibiótico geralmente muito seguro, mas que pode causar raramente anafilaxia. Qualquer medicação potencialmente pode causar reações alérgicas, mas há as mais comuns (como dipirona, outros antiinflamatórios e antibióticos como penicilinas) e há as menos comuns, como antibióticos macrolídeos (incluindo eritromicinas), anestésicos locais e outros.
Quando nos vemos à frente de pacientes com reaçõea alérgicas, sem dúvida precisamos de um diagnóstico de certeza. Às vezes, o que parece obvio nem sempre é a causa. Por exemplo, será que não houve outra medicação na história, que por parecer mais inocente não foi percebida como a causa do problema? Será que o quadro infeccioso foi a causa? Há situações muito parecidas com anafilaxia, como o que chamamos de bacteremia, quando ocorre reação muito semelhante ao que foi descrita.
Não estou falando aqui que a criança não teve anafilaxia! Como sempre falamos nesse espaço, aqui não temos a pretensão de fazermos diagnóstico e nem sugestões de tratamento. Apenas aproveitamos as situações de vida real que nos são encaminhadas para realçarmos alguns pontos importantes.
E acredito ser importante dizer que sempre que possível testes alérgicos devem ser realizados para confirmação diagnóstica da causa da anafilaxia. Isso porque se ficarmos apenas com a história e a conduta, deixamos de utilizar às vezes medicações ou alimentos importantes para a vida da pessoa. Nesse caso, uma vacina essencial foi contra-indicada. 
Então, a questão é: realmente o paciente é alérgico à medicação? E, se sim, não há outra opção para utilizar vacinas com esse tipo de componente? Ou seja, não há como se fazer dessensibilização rápida para poder utilizar uma tão importante vacina? 
Concluindo, sempre que alguém tiver uma reação anafilática, seja a medicação, seja a outro agente, é importantíssimo um diagnóstico etiológico correto, para não se rotular o indivíduo como alérgico e privá-lo de coisas importantes em sua vida.

termo de autorização da asbai



Data: 27/03/2018

História enviada por:   Patricia Mafili Lisboa   -   TO

Quando criança e adolescente, comia frutos do mar e sentia muita coceira, especialmente na garganta. Se fosse uma refeição fora de casa, minha mãe dizia que era frescura e mandava comer tudo que tinha no prato. Óbvio que ninguém tinha conhecimento na época sobre isso, mas desde pequena sempre gostei de provar tudo, comia de tudo. Aos 21, em férias na praia, fui provar casquinha de caranguejo e acarajé, mas não consegui comer, a coceira era insuportável. Ninguém reparou, estava no carro voltando de uma praia distante, comecei a ficar vermelha, inchar, manchas, caroços apareciam, sangrava um pouco de coçar... esperei chegar em casa para falar. Assim que saí do carro, pedi ajuda a meu ex-sogro que era médico, ele que era normalmente tranquilo, começou a gritar pedindo à esposa para pegar duas injeções anti-histamínicas e outras coisas. As pessoas olhavam pra mim e choravam. Acordei não sei quanto tempo depois, tinham me dado banho e cuidado da minha filhinha de 2 anos. Depois ouvi meu sogro dizer que eu estava morrendo e não daria tempo de chegar ao hospital. 

Algumas vezes em muitos anos tive que tomar os comprimidos indicados pelo médico contra a alergia. Sempre julgava ser uma contaminação cruzada por frutos do mar. Uma vida passando mal de problemas digestivos, já aos 40 algumas intolerâncias e alergias alimentares foram enfim diagnosticadas. De vez em quando fazia uso de enzimas e ingeria lactose e glúten. Tinha sintomas de alergia também, mas achava que estava protegida pela enzima e alguns anti-alérgicos.
Um dia senti a asma pior no banho e pensei em demorar mais para aproveitar o vapor quente, mas lembrei que tinha que dar aula e saí. Mais de 20 anos depois, ali estava meu rosto desfigurado novamente. Corri e tomei aqueles comprimidos, não fui trabalhar e fiquei vigiando os sintomas; não desinchou completamente. Como estava doente há muitos dias, meu pai estava fazendo gemada (ovos e leite sem lactose) de manhã. Na segunda-feira porém, pouquíssimos minutos depois da gemada, os sintomas vieram fortíssimos. Tomei os comprimidos, mas pedi meu pai e minha filha para me levarem rapidamente ao hospital. Senti que estava morrendo muito rápido. Já no hospital perto de casa, me lembro de ter olhado o relógio, queria ver minha filha mais nova que estava na escola, queria pedir para alguém buscá-la, mas fui perdendo a consciência pensando que não ia dar tempo de me despedir dela, ainda ouvi minha filha que me acompanhava gritar para eu não morrer. Apagou tudo. Abri os olhos não sei quanto tempo depois, pensei em N. Sra. Aparecida e em minha avó. Ouvi o médico dizer que estava tudo pronto para a traqueostomia.
De lá para cá uma amiga conseguiu um kit de adrenalina auto-injetável pra mim, tive alguns episódios rapidamente controlados. Nos últimos 2 meses, entretanto, os episódios estão mais severos e recorrentes, uma caneta de adrenalina a menos, vários comprimidos e alérgenos diferentes (principalmente os alimentos a que eu comecei "apenas" intolerante)... Até o cheiro já está perigoso...
Cada dia mais isolamento por parte de família e amigos... idas ao hospital sozinha... carreira comprometida... perda de renda... alguns sonhos e planos abandonados... não tem como não imaginar que um dia a anafilaxia pode me vencer, num dia distante ou num dia próximo. Preciso unir forças urgentemente.
 
Cara Patricia
Obrigada por compartilhar conosco sua história
Como não fazemos consultas nesse espaço - apenas aproveitamos a história para fazermos alguns comentários - vou aproveitar para fazer algumas considerações.
1- Temos visto muitos casos graves de anafilaxia com grande sofrimento para a pessoa e para a familia. Esse caso, por exemplo, é muito grave. A Patricia quase morreu mais de uma vez! Por isso, é fundamental a avaliação de um alergista porque nem sempre aquilo que é óbvio é realmente a causa do problema. O alergista é uma espécie de "Sherlock Holms" que vai procurando pistas, solicitando exames e testes até chegar ao agente culpado.
2- Alergias múltiplas são raras, mas existem. É possível alguém ter alergia a frutos do mar, leite, ovo e gluten, mas isso é muito difícil, especialmente na idade adulta. Esses quadros são um pouco mais vistos nas crianças e mais nas dermatites atópicas (eczemas) e não nas anafilaxias. Muitas vezes, em casos de aparentes alergias múltiplas o que está por trás é algum alérgeno (único) escondido. Por exemplo (não estou falando que seja o caso da Patricia, estou apenas dando um exemplo). Será que junto com a gemada - ou um pouco antes - ela não havia usado alguma medicação? Será que a própria infecção não foi a causa da anafilaxia? Será que não há alguma doença que facilita fenômenos alérgicos, e em especial anafilaxia, como na mastocitose?
3- Adrenalina autoinjetável é uma necessidade que já passou da hora para pacientes como a Patricia, mas, não ficou muito claro se a amiga que arrumou o kit é médica. Pois apesar de fundamental o uso desse tipo de medicação, ela tem seus efeitos colaterais e suas indicações precisas, com o treinamento adequado do(a) paciente e da familia para seu uso correto.
 
Então, nossa orientação para casos semelhantes ao da Patricia é: procure um alergista para fazer um bom diagnóstico etiológico, ou seja, para se saber exatamente o que está desencadeando. E tratar, pois muitas anafilaxias alimentares são tratáveis com dessensibilizações, especialmente esses casos graves onde até mesmo o cheiro da substância desencadeia o problema.
Boa sorte, Patrícia! 
Um grande abraço!

termo de autorização da asbai



Data: 27/03/2018

História enviada por:   PEDRO RAFAEL ARAUJO RAMOS DOS SANTOS   -   AL

MINHA PRIMEIRA CRISE FOI AO INALAR CHEIRO DE UMA TINTA DE PAREDE, COM PLACAS E FALTA DE AR. OUTRA CRISE FOI AO IBUPROFENO, COM EDEMA DE PESCOÇO, GARGANTA, OLHOS, PLACAS, FALTA DE AR. FUI SOCORRIDO NA EMERGÊNCIA PRÓXIMA À MINHA CASA.

Olá, Rafael!

Seu caso é muito parecido com o que comentamos na semana passada: intolerãncia a AINEs (antiinflamatórios não esteroidais), grupo este do qual o ibuprofeno faz parte. A tinta de parede está fora desse grupo e isso precisaria ser melhor investigado.

Muito grata pela sua participação!


termo de autorização da asbai



Data: 20/03/2018

História enviada por:   REGE MEIRE ARAUJO SANTOS   -   AL

MINHA PRIMEIRA CRISE FOI AO BUSCOPAM COMPOSTO, NA EMERGÊNCIA DA UNIMED. O MÉDICO QUE FAZIA O ATENDIMENTO NÃO SABIA O QUE ESTAVA ACONTECENDO: MEU CORAÇÃO DISPAROU, TIVE EDEMAS,  PRESSÃO BAIXA E COMECEI A PERDER A CONSCIÊNCIA. MANDARAM MEU ESPOSO SE RETIRAR E UMA ENFERMEIRA, QUANDO VIU MINHA SITUAÇÃO, CORREU, COLOCOU MINHA CABEÇA PARA BAIXO E APLICOU ALGUMA SUBSTÂNCIA QUE FOI AOS POUCOS ALIVIANDO OS SINTOMAS. TIVE OUTRAS DUAS ANAFILAXIAS EM AMBIENTE HOSPITALAR, SEMPRE REFERENTE AOS ANTI-INFLAMATÓRIOS. TIVE OUTRA EM CASA, ESTAVA SOZINHA COM MEU BEBÊ E A BABÁ, QUANDO ELA PERCEBEU MEUS LÁBIOS AUMENTANDO,  MEUS OLHOS FECHANDO E MINHA PELE TODA CHEIA DE PLACAS. SENTI FORTES DORES ABDOMINAIS, DIARRÉIA E A SENSAÇÃO DE QUE MEU INTESTINO SAIRIA DE DENTRO DE MIM. FOI SEM DÚVIDA A PIOR CRISE. GRAÇAS A DEUS MORAVA PERTO DO HOSPITAL E FUI SOCORRIDA A TEMPO. MINHA MÉDICA JÁ PRESCREVEU ADRENALINA AUTO-INJETÁVEL, MAS É MUITA BUROCRACIA E DISPENDIOSO.

MINHA PRIMEIRA CRISE FOI AO BUSCOPAM COMPOSTO, NA EMERGÊNCIA DA UNIMED. O MÉDICO QUE FAZIA O ATENDIMENTO NÃO SABIA O QUE ESTAVA ACONTECENDO: MEU CORAÇÃO DISPAROU, TIVE EDEMAS,  PRESSÃO BAIXA E COMECEI A PERDER A CONSCIÊNCIA. MANDARAM MEU ESPOSO SE RETIRAR E UMA ENFERMEIRA, QUANDO VIU MINHA SITUAÇÃO, CORREU, COLOCOU MINHA CABEÇA PARA BAIXO E APLICOU ALGUMA SUBSTÂNCIA QUE FOI AOS POUCOS ALIVIANDO OS SINTOMAS. TIVE OUTRAS DUAS ANAFILAXIAS EM AMBIENTE HOSPITALAR, SEMPRE REFERENTE AOS ANTI-INFLAMATÓRIOS. TIVE OUTRA EM CASA, ESTAVA SOZINHA COM MEU BEBÊ E A BABÁ, QUANDO ELA PERCEBEU MEUS LÁBIOS AUMENTANDO,  MEUS OLHOS FECHANDO E MINHA PELE TODA CHEIA DE PLACAS. SENTI FORTES DORES ABDOMINAIS, DIARRÉIA E A SENSAÇÃO DE QUE MEU INTESTINO SAIRIA DE DENTRO DE MIM. FOI SEM DÚVIDA A PIOR CRISE. GRAÇAS A DEUS MORAVA PERTO DO HOSPITAL E FUI SOCORRIDA A TEMPO. MINHA MÉDICA JÁ PRESCREVEU ADRENALINA AUTO-INJETÁVEL, MAS É MUITA BUROCRACIA E DISPENDIOSO.

 

Cara Rege Meire (Maceió)

 

Obrigada por compartilhar conosco sua história.

Vamos aproveitar para comentar sobre anafilaxia em ambiente hospitalar e também sobre antiinflamatórios.

Quando alguém apresenta reação alérgica grave em clínicas ou hospitais, precisamos pensar em medicamentos, mas também em outros alérgenos como látex, clorexedina e até alimentos (especialmente se paciente está internado). O alergista às vezes é tipo um investigador procurando o culpado...

Mas parece que no seu caso a causa da anafilaxia ficou mesmo muito clara, inclusive você teve reação em casa (você não comentou, mas acredito que essa crise também deve ter sido após uso de antiinflamatório).

Os analgésicos e antiinflamatórios são um grupo de medicações muito variadas. É comum os pacientes referirem que são alérgicos a inúmeros remédios, que "tudo dá alergia". Na verdade, quando se investiga melhor, o problema não é que a pessoa tem alergia a muitos remédios, mas sim a um único grupo que comporta vários medicamentos. Isso simplifica muito a questão, pois geralmente tais pacientes toleram outras drogas, como antibióticos, anestésicos, etc. Apenas os antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) é que não podem ser utilizados.

O problema é que este é um grupo muito grande. Ácido acetil salicílico (AAS), fenilbutazona, dipirona, diclofenaco, cetoprofeno e vários outros fazem parte. O que eles têm em comum? São medicações inibidoras de uma enzima que se chama COX (ciclooxigenase) que fica na membrana de certas células do organismo. Quando se bloqueia essa enzima, ocorre um desvio metabólico que dimiui as prostaglandinas (o que é ótimo porque são elas que mediam a dor) mas aumenta os leucotrienos ( que são mediadores da alergia). Em pessoas mais sensíveis, isso acarreta angioedema, urticária e até anafilaxia.

Algumas características importantes desse tipo de "alergia" são:

1- Ela não é uma alergia verdadeira! Do ponto de vista imunológico não. Claro que na prática, o que resulta são sintomas que podem ser entendidos como uma grave alergia, mas o que está por trás não são fenômenos que envolvem o sistema imunológico, quer dizer, não existem anticorpos ou células do sistema imune efetoras desse fenômeno. O mais correto é chamar essa reação de intolerância ou hipersensibilidade. Disto decorre que não há testes alérgicos convencionais para se diagnosticar esse problema, como os prick testes ou pesquisa de IgE no sangue (RAST ou similar). O que fazemos é teste de provocação, onde sempre há risco de se desencadear a reação e por isso, devem ser feitos em ambiente hospitalar. Existem alguns testes mais modernos que não são disponíveis na prática clínica ainda, estando mais em pesquisas (teste de desgranulação de basófilos).

2- Há diferenças de intensidade entre as diversas medicações deste grupo com respeito ao grau de inibição da enzima COX. Existem inibidores potentes como a dipirona, o AAS e o diclofenaco e os mais fracos, como o paracetamol, o meloxicam e a nimesulida. Por isso, vários pacientes não conseguem usar um representante do grupo, mas conseguem usar outro. Além disso, existem inibidores seletivos de uma das isoformas da enzima COX (que é a COX-2) o que resulta numa menor inibição da mesma ( a outra isoforma que é a COX-1 continua ativa e isso ajuda a não desviar tanto o metabolismo para o lado dos leucotrienos). Essas medicações são antiinflamatórios de boa potência e menor chance de dar reação, mas possuem efeitos adversos importantes, especialmente cardiovasculares, motivo pelo qual são comercializados apenas sob receita especial. São os coxibes. Todo paciente que apresenta reação alérgica a AINE deve ser orientado por alergista para encontrar um substituto em caso de dor e/ou febre. Através de testes e da história clínica o médico conseguirá encontra para cada paciente um opção alternativa. O paciente não deve tentar por si só, já que há os mais sensíveis que apresentam reação mesmo aos coxibes e aos inibidores mais fracos da COX. 

3- Há diferenças de reação em situações específicas. Aprendemos que na alergia alimentar, alergia a látex e outras alergias IgE mediadas que mesmo quantidades diminutas, como inalação das proteínas alergênicas podem desencadear reação. Isto é diferente na hipersensibilidade a AINEs pois, como vimos, não é uma alergia verdadeira. Muitas vezes o paciente tolera quantidades menores, o que não ocorre quando usa abusivamente a medicação. Outras vezes, em situações de normalidade consegue usar, mas durante febre, período pré-menstrual, voos em aeronaves, etc, adveém a reação. Ou se a medicação é dada por via endovenosa ou intramuscular, quando atinge picos maiores na corrente sanguínea, uma reação que normalmente seria leve torna-se grave.  Por isso é que muitas vezes o paciente não acredita que seja intolerante a estes medicamentos, pois, num momento toma e não acontece nada e noutro momento toma e tem reação.

Com relação à burocracia da aquisição da drenalina autoinjetável, nossa luta continua...Infelizmente, não temos aqui no Brasil ainda esta importante medicação. Em caso de anafilaxia a droga, a prescrição de adrenalina autoinjetável depende da maior ou menos probabilidade que o paciente venha a se expor à mesma. Cada caso é um caso.


termo de autorização da asbai



Data: 19/02/2018

História enviada por:   Andreza Capelani Scheffer Evaldt   -   RS

Meu filho Iuri, nasceu no dia 20 de setembro de 2013, com 37 semanas de gestação, bolsa rota e decorrente de pré-eclampsia. A bolsa arrebentou as 3 h 45' e fui ter ele as 21 h 47' em parto cesária, pois estava preso. atendimento SUS no hospital de Tramandaí- RS.

Como estava em trabalho de parto, tive bastante leite. Assim ele mamou. Mas perto das quatro horas da manhã seguinte, vieram duas enfermeiras e retiraram ele do quarto dizendo que iriam leva-lo para um procedimento padrão - dar um nanzinho. Deixei pois estava muito tonta e não sabia o que era.
Quando ele voltou estava apagado, sem reação e assim permaneceu por 24 h, para meu desespero. Quando questionei o que elas haviam feito com ele. Disseram que durante as 24 h ele voltaria ao normal. e por ser inexperiente,  esperei as 24 h, e assim apos esse período ele voltou a mamar e fazer coco e xixi.
E assim começou o meu dilema e angustia com meu filho que somente com 8 meses e 8 dias que fiquei sabendo que ele era APLV. Nosso mundo caiu. 
E assim, tive que enterrar um filho em meu pensamento que podia comer de tudo, para nascer outro com restrições alimentares.
Retiramos tudo que era de leite e seus derivados de casa, mas mesmo assim seu índice de IGE sempre foram aumentando, até que por causa de um rotulo  de alimento não condizendo a verdade, meu filho teve um choque anafilático muito forte, com fechamento de glote que quase veio a óbito. Isso aconteceu no ano passado no dia 17 de abril de 2017, devido a um chocolate. com esse episódio seu índice de IGE ficou acima de 100, e com alergia múltipla a carne vermelha. Sendo que quando testada a carne em dezembro do respectivo ano, teve urticárias sobre a pele, ocasionando assim a interrupção da mesma, apesar do índice estar menor que 0,10.
Teve outro choque anafilático, só que em menos gravidade, já que foi atendido mais rapidamente, no dia 17 de setembro de 2017, em uma campanha de vacinação, onde deram para ele um balão, mesmo sem minha autorização. E ele acabou colocando na boca e teve atendimento minutos depois pela SAMU, no próprio posto de saúde.
No final do ano passado tivemos consulta com a gastro dele e ela nos receitou a adrenalina, devidos aos episódios frequentes de 2  choques anafiláticos e também por causa que ele completou 4 anos de idade e deve frequentar nesse ano de 2018 a escola. Pela vida de nosso filho acabamos comprando a caneta de adrenalina com recursos próprios, mas é um produto muito caro que deve ser fabricado no Brasil.
Agora nosso mundo caiu novamente, pois a escola de educação infantil mais próxima fica a 12 km e é uma escola que no turno da tarde tem aproximadamente  500 alunos, onde essa mesma escola oferece ed. infantil e ensino fundamental até o 9º ano. E como moramos longe o município disponibiliza transporte escolar gratuito para todos os alunos de nossa localidade. E agora como enfrentar essa nova realidade, numa escola tão grande e acima de tudo com transporte onde vão alunos da rede municipal e estadual estudar na sede, já que , moro no interior.
Essa é a história de meu filho Iuri Capelani Scheffer Evaldt, que na minha opinião após várias leituras sobre a APLV, constato que meu filho já apresentou uma crise de anafilaxia no próprio hospital quando nasceu, e esta vivo hoje, graças a Deus, pois pela medicina, apenas deixaram ele dormindo e apagado durante 24 horas, sem mamar, fazer xixi e coco, e todo molezinho  sem reflexos, e quando chamados médicos e enfermeiras para ouvir uma explicação plausível, falavam que ele melhoraria dentre as 24 horas.


Cara Andressa
 
Obrigada por compartilhar conosco sua história.
De fato, muito difícil o caso do pequeno Iuri. Não sabemos exatamente o que aconteceu no berçário, mas fica aqui um alerta para pediatras repensarem na conduta de dar leite como complemento quando o bebê nasce. Este é um problema que precisamos resolver. Principalmente após parto do tipo cesária (e muitas, muitas, muitas são feitas sem necessidade...embora não tenha sido este o seu caso, ao que parece), é frequente demorar para descer o leite da mãe. E como o bebê é muito pequeno, para evitar hipoglicemia é conduta alimentar o recém-nascido com alguma suplementação. É improvável que as maternidades, especialmente as públicas, tenham fórmulas hipoalergênicas para dar aos bebês. Acabam dando fórmulas lácteas convencionais e isso facilita a sensibilização alérgica, especialmente em bebês que já têm predisposição alérgica e especialmente prematuros, ainda que limítrofes (como o Iuri, de 37 semanas).
Vemos nesse caso a pouca atenção que as familias submetidas a esse transtorno passam: rótulos mal padronizados (embora graças ao Movimento Põe no Rótulo isto esteja mudando), dificuldade para aquisição de adrenalina autoinjetável (que é muito cara, muito difícil para a maioria das pessoas adquirirem) e falta de atenção nas escolas.
Mas as escolas aos poucos terão que olhar melhor para esse problema! A anafilaxia a alimentos está aumentando de forma constante e as escolas precisarão enfrentar situações emergenciais. Infelizmente, os professores sequer podem fazer adrenalina autoinjetável. Se a escola não contar com equipe de enfermagem, a criança pode até levar a caneta de adrenalina, mas muitas vezes esta deixa de ser usada porque a lei entende que o professor fazer isso é desvio de função! Precisamos aumentar esse debate e encontrarmos uma solução para isso.

termo de autorização da asbai



Data: 19/02/2018

História enviada por:   Andressa M. Silva Ferreira   -   MG

Bom, o caso de anafilaxia q vou contar infelizmente não aconteceu comigo mas com me filho Felippe.

 

Felippe tinha apenas  1 ano e 9  meses mais ou menos. Eu não sonhava q existia a anafilaxia. Ele tem alergia a ovo,  Clara de ovo para ser mais exata.

 Era uma noite de outono e ele não conseguia dormir direito reviravana cama,  não achava uma posição confortável... ciquei ele comigo bem próximo a mim e ele estava todo molhada de suor... troquei sua roupa ele estava com os olhinhos meio serrados como se estivesse dormindo achei q em volta de seu lábio estava meio roxinho, mas meu marido disse que não.

Felippe começou a pigarrear como se tivesse um catarro preso na garganta. Quando me deitei ao lado dele o peito dele rondava como se de um minuto para o outro um bronquite se instalasse no pulmão. Chamei ele, balanços ele de um lado para o outro e ele não acordava... Todo molhado de suor de novo as unhas arriscadas, desacordado com um resmungar muito rouco.

Corremos com ele para o Pronto Socorro que fica a 18 Km em Estrada de terra.... choro,  medo, desespero... achei q perderei meu menino!

A médica o atendeu e prescreveu inalação com adrenalina e uma dose alta de dexametasona,  graças a Deus ele respondeu bem ao tratamento de emergência,  porém ela não me explicou q era anafilaxia ou quem eu deveria procurar...SÓ descobri o que era quando ele teve outra crise e procurei um médico particular....  A última crise foi a quase 3 anos!! Espero nunca mais passar por isso!!!!! Triste realidade de alérgicos com risco de anafilaxia no país!  Hj Felippe tem alergia a ovo com risco de anafilaxia e asma por movimento faz tratamento contínuo e a família toda faz dieta restritiva ! ! Tenho fe que um dia ele vai melhorar! Deus à frente de td!!!

 

Comentário

Agradecemos à Andressa que nos relatou esse caso tão importante. O ovo é de fato um alimento muito alergênico, ao lado de leite, soja, peixe, crustácios e castanhas.

Aqui, a particularidade é que quando se trata de criança pequena, a anafilaxia pode de fato ser mais difícil de ser diagnosticada. Vejam que a criança não teve urticária, vermelhidão, angioedema (inchaço) que são sintomas muito comuns na maioria dos casos. Ela apresentou apatia (ficou molinha, pouco responsiva), arroxeada, com choro rouco (o que significa que já estava tendo edema de laringe), sudorese intensa porque provavelmente já estava com hipotensão.

E que grande dificuldade para chegar num Pronto Socorro! Bem típico da nossa realidade brasileira. Por isso, a importância de ter à mão a adrenalina autoinjetável.

Esperamos que o Felippe possa tolerar o ovo com o tempo. Até lá, todo cuidado é pouco para impedir que ele ingira esse alimento: leitura de rótulos, não comer alimentos à granel, não deixar que compartilhe alimentos na escolinha e nem que terceiros alimentem a criança.

Grande abraço!


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